Muitos foram os costumes portugueses trazidos ao Brasil. Entre eles, alguns até salutares como a culinária típica, as cantigas de roda, nas artes os estilos Barroco e Rococó. O próprio idioma português permaneceu ligado ao País desde a Colonização.

Como nem tudo é “alegria”, um dos costumes que permanece até hoje e que já deveria ter sido extinto é a “farra do boi”. Costume desumano e cruel que insiste em persistir em pleno século XXI e como podem atrelar essa violência a outra época que tem como base o amor e a caridade: a Páscoa. Se ela deveria ser um tempo de renovação, de mudanças de atitudes, de crescimento moral e espiritual, por que não crescermos de verdade?

A farra do boi teve seu início na Ilha Terceira nos Açores em Portugal há pelo menos 200 anos e há 20 anos é proibida por lei em Santa Catarina. O Supremo Tribunal Federal instituiu a lei 153.531 de 13 de março de 1998 que proíbe esta prática cruel.

Mas o que adianta termos leis que proíbem se não há fiscalização, se não há um programa de conscientização e humanização nas comunidades onde elas ainda são consideradas tradições, cultura. Cultura que mata? Cultura que agride, cultura que não tem pena nem dó de um ser vivo que sente como sentimos. Onde queremos chegar? Por que os homens ainda não conseguem ver que o animal sofre tanto quanto sofremos?

E o que dizer das autoridades, do Governador Raimundo Colombo que não tomou nenhuma providência? Agora mesmo é que ele não vai sair da toca, a “Lava Jato” é uma verdade e a farra do boi virou brinquedinho de criança, o governo prefere fechar os olhos. Chega de violência chega de crueldade, está na hora de proteger os animais inofensivos. Estudos comprovam que o estresse causado ao animal antes de morrer transformam-se em toxinas nocivas nas carnes que são consumidas posteriormente. Independente disto, como “Seres Inteligentes” da criação deveríamos proteger os animais que também tem direito de viver e morrer com dignidade. Chega de farra do boi.

Autora: Ismênia Nunes é jornalista.