Justiça suspende avaliação de prisão de Suzane após denúncia de uso do Twitter

Uma juíza da 1ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté, a 64 km de São Paulo, suspendeu a avaliação do processo que pode conceder à Suzane von Richthofen o benefício do regime semiaberto.

Fonte: G1

Comentários: (2)




Decisão sobre regime semiaberto só sairá depois de investigação. Ela cumpre pena por morte dos pais no interior de São Paulo.

Uma juíza da 1ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté, a 64 km de São Paulo, suspendeu nesta terça-feira (12) a avaliação do processo que pode conceder à Suzane von Richthofen o benefício do regime semiaberto. O motivo foi a notícia do possível perfil da jovem no Twitter. Ela está presa em Tremembé, no interior paulista, após ser condenada por matar os pais. O crime foi em 2002 e o julgamento, em 2006.

De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo, o processo de Suzane só voltará a ser apreciado depois do fim das investigações. Nesta segunda-feira, a Promotoria de Execuções Criminais de Taubaté pediu à Justiça que investigue se Suzane está usando a internet e até criou um perfil no Twitter, uma espécie de blog.

O promotor Paulo de Palma protocolou junto à Corregedoria dos Presídios o pedido de investigação e solicitou ainda que a direção da unidade prisional e que os responsáveis pelo Twitter fossem oficiados para prestar esclarecimentos. Pelo regime semiaberto, Suzane poderia deixar a cadeia de dia para estudar ou trabalhar e voltar para dormir.

No Twitter

O usuário que aparece com o nome de Suzane fez as primeiras postagens no dia 2 deste mês. Na segunda delas, há um aparente erro. "Estow em liberdade provisória concedida por uma liminar (sic)", diz a pessoa. No entanto, Suzane cumpre pena em regime fechado e aguarda o resultado do recurso para obter o direito ao regime semiaberto.

Denivaldo Barni Júnior, advogado de Suzane, se mostrou surpreso com a informação. ?Desconheço totalmente?. Para ele, ?tais fatos? (Barni se refere ao suposto perfil da ex-estudante de direito) representam uma ?verdadeira hipocrisia?. ?A defesa tomará ciência da solicitação do promotor para acompanhar as investigações?.

De acordo com o advogado, é preciso que haja a ?apuração da responsabilidade criminal de quem cometeu tais atos, já que Suzane encontra-se encarcerada, sem qualquer tipo de acesso a tais veículos de comunicação, como toda pessoa que se encontra presa?.

Precedente

Em setembro de 2006, Suzane chegou a ser transferida do Centro de Ressocialização de Rio Claro para Ribeirão Preto, também no interior de São Paulo, por ter acesso ao computador. Na época, a Secretaria de Administração Penitenciária alegou que a regalia causou 'descontentamento e irritação' nas demais presas e que Suzane, por intermédio da diretora de Segurança e Disciplina da unidade, conseguia se comunicar com o ?mundo exterior?.

Laudo

O laudo criminológico elaborado por dois psiquiatras, dois psicólogos e uma assistente social indica que Suzane Von Richthofen, ré confessa do assassinato dos pais, é dissimulada. O documento foi encaminhado ao MP e agora está na mãos de uma juíza da 1ª Vara de Execuções Criminais, que dará a palavra final. Diante da nova denúncia, a resposta vai demorar mais a sair.

Palavras-chave: suzane von richthofen

Deixe o seu comentário. Participe!

noticias/justica-suspende-avaliacao-prisao-suzane-apos-denuncia-uso-twitter

2 Comentários

SYLVIO adv15/08/2009 13:48 Responder

O Estado deveria ser responsabilizado toda vez que o Ministério Público agisse com dissimulação, má-fé e exageradamente. Quando será que a sociedade dará conta de que a Constituição de 1988 criou unm monstro? ESTOU CHEIO DESTE PODER TIRANO

Sinomar de Souza Castro advogado17/08/2009 13:34 Responder

Deve ser mais uma manobra criada pelo MP. A Lei de Execuções para fins de progressão de regime dispensa o tal exame criminológico o qual já foi alvo de inumeros questionamentos jurídicos anteriormente até sua extinção. Agora o MP e meia dúzia de pessoas do judiciário querem recriar o monstro. Nos tempos idos todos sabiam que psicologos, psiquiatras e assistentes sociais nem ao menos viam os reeducandos para fazer tais laudos, fato que continua nesta altura, agora quem sabe querem voltar com Lombroso. Pudera!

Conheça os produtos da Jurid