Juíza entrega denúncia contra Bola

Caso Eliza Samúdio. Segundo advogado, Bola teria planos de matar juíza e delegado

Fonte: G1

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A juíza Marixa Fabiane Rodrigues entregou a Corregedoria Geral de Justiça nesta segunda-feira (25) uma denúncia contra ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. A informação foi confirmada nesta terça-feira (26) pela assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). A denúncia foi feita pelo advogado e assistente de acusação do processo que julga o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, José Arteiro Cavalcante Lima, no Tribunal de Justiça de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na segunda-feira (18). Arteiro afirma na denúncia que Bola teria um plano para matá-lo e também planejava assassinar a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que preside o processo e o delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigações da Polícia Civil.


Segundo o advogado, ele ficou sabendo da informação por meio de um detento que dividia a cela com o Bola na Penitenciária Nelson Hungria. “A mulher dele [do preso] me ligou na quinta [14] dizendo que o marido dela queria conversar comigo a respeito de um assunto que me interessaria. Achei que fosse sobre trabalho e na sexta [15] fui à penitenciária, mas ele [o detento] me falou sobre o plano”, contou Arteiro.


Os planos de Bola, segundo Arteiro, seriam as mortes dos três – da juíza, do delegado e dele mesmo – e mais de dois policiais civis do Grupo de Resposta Especial (GRE). “De acordo com [...] seríamos mortos porque estamos prejudicando a vida dele [do Bola]”, afirmou o advogado.


Segundo o documento protocolado por Arteiro na Justiça, Bola teria entrado em contato com traficantes do Rio de Janeiro para que viessem a Minas Gerais e matassem as supostas vítimas.


O delegado Edson Moreira disse à reportagem do G1 nesta segunda-feira (25) que ficou sabendo do fato por meio da imprensa e que conversará com Arteiro para se inteirar melhor sobre o assunto. Moreira falou também que entrará em contato com os seus superiores e que o caso será investigado por outro delegado. Nesta terça-feira (26), o delegado afirmou que a juíza Marixa Fabiane é quem deve definir se o companheiro de cela de Bola vai ser ouvido, já que ele é parte envolvida no caso.


Já a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que Bola e o companheiro de cela foram transferidos na última quarta-feira (20) para a Penitenciária Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, na Grande BH, e que estão em ambientes separados.


A assessoria afirmou também que a mudança nada tem a ver com o fato envolvendo os dois detentos e que este tipo de alteração “é feita por causa da gestão de vagas dentro do sistema prisional, da movimentação que acontece no sistema”.


Entenda o caso


Eliza Samudio teve um relacionamento com o goleiro Bruno. Em fevereiro de 2010, a jovem deu à luz um menino e alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul. Segundo a polícia, Eliza teria sito morta no início de junho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Polícia Civil indiciou Bruno e mais oito envolvidos no desparecimento e morte da jovem. A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público em agosto de 2010. O corpo de Eliza não foi encontrado.


Em dezembro de 2010, a ex-mulher de Bruno, Dayanne; a ex-namorada de Bruno, Fernanda Gomes de Castro; o caseiro do sítio, Elenílson Vítor da Silva; e Wemerson Marques, o Coxinha, foram soltos e respondem em liberdade. O goleiro, o amigo Macarrão e o primo Sérgio estão presos e vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

 

Palavras-chave: Eliza Samúdio; Goleiro Bruno; Bola; Homicídio; Vítima

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1 Comentários

luis felipe advogado29/04/2011 10:21 Responder

Ao meu sentir, o fato é grave e mais grave ainda é o fato da exposição do delator do sórdido plano à mídia. Esse tipo de comportamento só irá contribuir para que outros sejam vítimas de tais delitos pela ausência de denúncia motiva pela cautela em denunciar. deveria ter sido resguardado o sigilo do delator.

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