Especialista defende provão para professores; Exame de Ordem é referência

O objetivo seria identificar deficiências de formação e até mesmo impedir que profissionais desqualificados possam dar aulas.

Fonte: Conselho Federal da OAB

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Após o IBGE divulgar que 2,1 milhões de estudantes brasileiros de 7 a 14 anos são analfabetos, apesar de freqüentarem a escola regularmente, a presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), órgão que reúne as secretarias estaduais, Maria Auxiliadora Resende, defendeu ontem a aplicação de prova em todo o país para avaliar professores do ensino básico. O objetivo seria identificar deficiências de formação e até mesmo impedir que profissionais desqualificados possam dar aulas.

"Há professor incapaz de escrever um pequeno texto". Para Maria Auxiliadora, que é secretária de Educação de Tocantins, o país precisa buscar uma solução nacional para o problema, uma vez que estados e municípios não dão conta de encontrar saídas isoladas.

- Esta é uma questão central e ninguém tem coragem de enfrentá-la. Hoje qualquer um pode ser professor e a gente não sabe a qualidade de quem leciona. Há professor que é incapaz de escrever um pequeno texto. Como vamos querer que um aluno faça isso? - disse Maria Auxiliadora, conhecida como Dorinha.

Os dados do IBGE fazem parte da Síntese de Indicadores Sociais, com base em informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad2007). Dos 2,4 milhões de analfabetos de 7 a 14 anos, 2,1 milhões (87,2%) freqüentavam a escola. Na faixa dos 7 anos, 29% das crianças não sabiam ler e escrever. No Nordeste, esse índice alcançava 44%.

A presidente do Consed considera a avaliação nacional indispensável, mas deixa em aberto o formato para pôr a idéia em prática. Uma das propostas seria copiar o modelo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que realiza periodicamente o chamado exame de Ordem.

Sem aprovação no exame, bacharéis em direito não podem advogar.

O "exame de magistério" poderia ser aplicado pelo MEC nos moldes da Prova Brasil e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que avaliam estudantes de ensino fundamental e médio.

Uma alternativa, segundo ela, seria a padronização nacional dos concursos para o magistério.

Maria Auxiliadora conta que a seleção de professores nos mais de 5.500 municípios e nos 27 estados não segue critério algum. Há casos em que as provas de concursos para professores de química ou matemática não avaliam essas disciplinas, contendo apenas questões de língua portuguesa.

- O concurso com padrão nacional poderia certificar a qualidade do professor.

Maria Auxiliadora enfatiza que o propósito da avaliação não é crucificar docentes. Ela destaca que os salários em geral são baixos e as condições de trabalho, árduas.

- Os professores são desrespeitados, os salários são baixos.

Temos de enfrentar o problema.

A proposta é polêmica, incomoda, e a primeira reação da categoria é se sentir ameaçada. Mas não é punição, pois a responsabilidade não é do professor. Há problemas estruturais.

Palavras-chave: exame de ordem

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1 Comentários

Carlos Alberto Nicolosi Publicitário e Bacharel em Direito27/09/2008 11:50 Responder

Concordo com o comentário da Srª Dorinha, porém não concordo com sua argumentação e comparação. Há que se frisar que o ensino no Brasil é uma m........., mas essa deficiência é dos órgão que fiscalizam e criam leis diretrizes, e não dos formados, tanto em pedagogia como em Direito. Há que se salientar que cabe ao MEC criar Leis e Diretrizes, que fortaleçam o ensino no Brasil, pois o modelo criado para elevar as estatísticas de alfabetização, perante o cenário mundial, mostrou-se completamente falha. Agora, há que se salientar que a OAB, não tem e não pode ter a prerrogativa de dizer quem pode e quem não pode exercer a profissão, pois , dessa maneira, esta se ferindo dispositivos legais, colocando óbices ao livre exercício da profissão, consagrados em nossa Carta Magna. Penso que não há comparação entre os casos citados pela Srª Dorinha, pois os bachareis em Direito, são avaliados durante 04 ou 05 anos, por Instituições que o MEC, concedeu licença para tal. Há que se procurar uma outra solução, como, modificar a forma do concurso para contratação desses profissionais, aumentando-se as fases para avaliação de suas reais condições para desempenhar tal função. O que não se pode fazer, é obstar o seu livre e sagrado direito de exercer a profissão, para a qual estudou tantos anos. Pode-se tambem obrigar os profissionais já contratados a frequentar cursos de especialização em sua área, para melhorar seu desempenho, mas principalmente, deve-se melhorar seus vencimentos e condições de desempenhar seu trabalho com dignidade, pois dessa forma, atrairá pessoas mais qualificadas, para exercer a função, e obrigará os concursandos a se preparar melhor para o certame.

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