Dilma sanciona lei que torna oficial o Hino à Negritude

A partir de agora, passa a ser obrigatória a execução do hino em todos os eventos em alusão à comunidade negra no território nacional

Fonte: Agência Brasil

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A população afro-brasileira agora tem o seu hino. Nesta quarta-feira (28), a presidenta Dilma Rousseff sancionou o projeto de lei 300/09, proposto pelo líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP), que institui o Hino à Negritude – de autoria do Professor Eduardo de Oliveira. A partir de agora, passa a ser obrigatória a execução do hino em todos os eventos em alusão à comunidade negra no território nacional.


Para a ministra da Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, trata-se de um avanço a oficialização do hino, num momento em que a população negra brasileira tem lutado e conquistado amplos espaços na sociedade brasileira, a despeito de muitas barreiras que ainda têm que ser enfrentadas. “O hino à negritude contribui para criar um elemento de identidade no interior da sociedade e ao mesmo tempo marca a participação dos negros na construção da história brasileira”.


Ela destacou o papel que os parlamentares negros têm tido no Congresso, com a construção de soluções suprapartidárias que têm permitido avanços, como a aprovação de projeto de lei que reserva, por um período de dez anos, 20% das vagas em concursos públicos da administração federal para candidatos que se declararem negros ou pardos, além do próprio hino.


A sanção da lei aprovada pelo Congresso Nacional foi celebrada em  cerimônia no Ministério de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), em  cerimônia para celebrar, com as presenças da ministra, de Vicentinho, da deputada Benedita da Silva (PT-RJ), do presidente do Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB), Ubiraci Dantas de Oliveira,  e de representantes da comunidade negra.


Vicentinho recordou que desde 1966 se tentava, sem êxito, a institucionalização do Hino à Negritude no Congresso Nacional. Seu projeto, disse, reforçou o reconhecimento da trajetória do negro na formação da sociedade brasileira. Para Vicentinho, este é um momento histórico para todo o país celebrar, já que o hino, mesmo escrito há mais  70 anos, é atual.


“Aborda o orgulho nosso e de nossos ancestrais, a nossa luta contra o preconceito e a segregação; e saúda também os orixás, o que adquire importância num momento  em que há intolerância contra religiões de matriz africana, inclusive no âmbito do próprio Judiciário”, disse.


Inclusão


Vicentinho frisou que mesmo com avanços obtidos com políticas publicas de inclusão promovidas pelos governos do PT e aliados, a partir de 2003 o Brasil ainda tem muito o que enfrentar no tocante ao racismo. Ele citou o líder sul-africano Nelson Mandela como exemplo e frisou que “não bastam leis, é preciso postura contra o racismo, num trabalho de conscientização que envolva negros e brancos”.


Benedita da Silva disse que a aprovação do Hino à Negritude pelo Congresso Nacional e a sanção, pela presidenta Dilma, é um avanço histórico. Primeiro, por resgatar uma bandeira que era empunhada há décadas por diferentes líderes negros, a começar pelo professor Eduardo de Oliveira, autor do hino. Em segundo, porque marca de forma indelével o reconhecimento ao papel dos negros na construção do Brasil do ponto de vista cultural, histórico e econômico.


O Professor Eduardo de Oliveira foi fundador presidente do Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB), fundador e vice-presidente do Partido Pátria Livre (PPL), primeiro vereador negro na Câmara Municipal de São Paulo, além de aos 16 anos ter composto o Hino à Negritude, que definia como “uma partitura litero-musical que enaltece os valores afro-brasileiros na sua relação com a cultura nacional”.


O autor do Hino à Negritude entedia que sua institucionalização faria o Estado brasileiro resgatar “uma dívida histórica com o povo negro, que ao lado das demais etnias que construíram a nossa brasilidade, dá um grande passo em favor da sadia convivência entre todas as raças do Brasil”.  Eduardo de Oliveira faleceu aos 86 anos em 2012 após consequências de uma arritmia cardíaca.

Palavras-chave: legislação hino à negritude

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9 Comentários

H?lder Alves da Costa Advogado30/05/2014 18:11 Responder

Mais uma do \\\"POLITICAMENTE CORRETO\\\" ! Já que somos todos iguais perante a Lei, não deveríamos ter também hinos enaltecendo as: \\\"vermelhitude\\\" (para os índios e seus descendentes); a \\\"branquitude\\\" (para os descendentes dos europeus que colonizaram as américas); e tantas outras \\\"tudez\\\" que compõem a incrível miscigenação até então existente e profícua nesta Terra. Agora temos que \\\"aplaudir\\\" o Governo do PT, afinal nunca antes em nossa história, tivemos uma Política RACISTA praticada pelo ESTADO BRASILEIRO.

Levy advogado30/05/2014 19:31 Responder

Com as eleições aí e a PTvoracidade em perpetuar-se no poder, vale tudo!

Ronny Cesar Camilo Mota Advogado30/05/2014 20:17 Responder

Não somos todos brasileiros? Há alguma família brasileira que pode afirmar não ser ou não ter sangue afrodescendente? Com o intuito de não termos discriminação, com políticas como esta, cria-se discriminação, pois não há hino ou reserva de vagas aos descendentes dos índios que tiveram suas terras roubadas e das muitas das nações indígenas que foram exterminadas; ou aos descendentes dos europeus que substituíram os escravos nas fazendas de café em situação análoga à escravidão, ou, ainda, aos descendentes dos orientais que foram discriminados e perseguidos em solo brasileiro durante a Segunda Guerra, apesar de terem, anteriormente, sido recepcionados para o trabalho e o desenvolvimento do Brasil. O Brasil é um país forte em esperança e perseverança, entre outros aspectos, ante a miscigenação de seu povo, que reúne o melhor de cada raça/etnia que o compõe.

ademir galante aposentado30/05/2014 22:45 Responder

Eu como brasileiro exijo um hino a BRANQUITUDE. O HINO NACIONAL não serrá mais necessário, pois todas as cores terão o seu... E viva o PT.

LUISA BENTO Operadora de computador31/05/2014 18:06 Responder

O QUE A PRESIDENTE FEZ COM A CONSTITUICAO FEDERAL E SEU FAMOSO PRINCIPIO DA ISONOMIA? O PT PODE TUDO , É ? Triste Brasil, LAMENTAVEL BRASIL!

LUISA BENTO Operadora de computador31/05/2014 18:13 Responder

SERÁ QUE ISTO SÃO POLITICAS AFIRMATIVAS OU SEPARATISTAS? GRANDE RISCO CORRE NOSSA NAÇÃO E A DEMOCRACIA. Triste Brasil LAMENTAVEL BRASIL!

Paulo Lima Industriário31/05/2014 20:24 Responder

Somos duas nações?

André Luiz Rosa Vianna advogado02/06/2014 11:40 Responder

GENTE QUE COISA MAIS ABSURDA, MAIS INCONSTITUCIONAL, ONDE VAI PARA O NOSSO PAÍS ? OU DERRUBAMOS ESSE \\\"PT\\\" DO PODER OU ISSO AQUI VAI DESMORONAR DE VEZ ... E O NOSSO HINO NACIONAL, TAMBÉM NÃO É O HINO DOS NEGROS BRASILEIROS QUE NASCERAM NO BRASIL E MORAM AQUI ? OU SERÁ QUE O \\\"PT\\\" ACHA QUE OS NEGROS BRASILEIROS SÃO ALIENÍGENAS ... ESSA PASSOU DA CONTA ... ACOOOOOOOOOOODAAAAAA POVO BRASILEIRO, PELO AMOR DE DEUS.

Thul Alger comerciante03/06/2014 14:46 Responder

A partir do momento que Irmão e Cidadão são aprovados em um Hino pela presidente da Republica do Brasil, DILMA ROUSSEF, como algo que se refere ESPECIFICAMENTE A NEGROS EM UM HINO A NEGRITUDE, claramente está demonstrada a institucionalização do racismo contra tudo que não é negro no Brasil, afirmados no tal INFAME HINO que são SUPOSTAMENTE os únicos heróis que a história mostra em suas páginas. Fico pensando nas pessoas que são descendentes de europeus do Brasil. Fico pensando nas pessoas que são descendentes de japoneses do Brasil. Fico pensando nas pessoas que são descendentes de índios do Brasil. Fico pensando nas pessoas que são descendentes de coreanos do Brasil. Fico pensando nas pessoas que são descendentes de povos asiáticos do Brasil. Fico pensando nas pessoas que são descendentes de libaneses do Brasil. Fico pensando nas pessoas que são descendentes de qualquer povo que não é negro no Brasil. A presidente Dilma Roussef também vai aprovar hinos nacionais a estas pessoas, e a cada um destes povos? Não, pois certamente há RACISMO NO BRASIL, E INSTITUCIONALIZADO CONTRA PESSOAS QUE NÃO TEM PELE ESCURA, como a própria presidente declarou ao aprovar ESTA ABERRAÇÃO!

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