Deborah Guerner sai de sessão em meio a julgamento e desmaia

Promotora deixou tribunal dizendo que o marido estava tendo AVC. TRF decide nesta quinta se ela responderá ação sobre mensalão do DEM

Fonte: G1

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A promotora Deborah Guerner deixou a sessão em meio ao julgamento por volta de 11h desta quinta-feira (21), ao lado do marido, Jorge Guerner, dizendo que ele estava passando mal. Antes de chegar ao posto de atendimento, que fica do lado de fora do tribunal, a promotora desmaiou.


Guerner disse que o marido estava sofrendo um Acidente Vascular Cerebral (AVC). "Eu sei que ele vai morrer de tanta injustiça", gritou a promotora. Antes de chegar ao serviço médico, ela desmaiou e foi carregada. Posteriormente, um dos advogados afirmou que Jorge Guerner sofreu um princípio de AVC há duas semanas.


A Corte Especial do TRF-1 decide nesta quinta se Deborah Guerner e o ex-procurador de Justiça do Distrito Federal Leonardo Bandarra responderão a ação penal por crimes relacionados ao escândalo conhecido como mensalão do DEM. Por conta do tumulto, o julgamento teve um intervalo de 10 minutos, mas prosseguiu normalmente. A sessão foi suspensa por volta de 12h30 para o almoço e será retomada à tarde com o julgamento do mérito da denúncia.


Após o tumulto, a defesa do casal Guerner informou que Jorge e Deborah ficaram em observação por recomendação médica. “O seu Jorge teve um mal estar, provavelmente problema de pressão e veio para o atendimento. E a dra. Deborah ficou nervosa, sofreu um desmaio e eles vão ficar em observação, seguindo orientação do médico do tribunal”, afirmou o advogado Maurício Araújo.


Perguntado sobre a possibilidade de o episódio de desmaio ser uma simulação, o advogado da promotora afirmou que seus clientes estão sob pressão.


Não teria porque ela simular qualquer coisa acho que ela ficou bastante aflita porque o marido estava se sentindo muito mal. São inúmeras emissoras, todo mundo em cima, eu acho que a situação de pressão, o processo, eles estão com o emocional fragilizado e não é fácil para ninguém”, disse.


Interrupção da sessão


Minutos antes do desmaio, o presidente da Corte, Olindo Menezes, havia ameaçado retirar a promotora do plenário após ela interromper a votação na qual os desembargadores decidiam se o julgamento seria aberto ou fechado ao público. A promotora se dirigiu à Corte, em voz alta, sem pedir permissão. “O Arruda não foi denunciado, o Paulo Octavio não foi denunciado”, gritou Guerner.


O presidente da Corte alertou a promotora de que ela não poderia falar naquele momento. “Se tumultuar mais uma vez, vai ser retirada. A senhora não pode falar, será que não escuta?", disse o desembargador. Após a ameaça do desembargador, Guerner voltou a assistir a sessão ao lado do marido e do advogado.


Julgamento


Pela manhã, durante o julgamento, foram ouvidos os advogados de defesa e julgadas as preliminares levantadas pela defesa. Os advogados dos réus sustentaram que houve problemas no processo como falta de provas, cerceamento de defesa, nulidade da investigação e incompetência do TRF-1 para julgar o caso. Todas as alegações foram rejeitadas pelo plenário da Corte Especial.


O presidente do tribunal decidiu que cada advogado de defesa poderia falar por 10 minutos. Os advogados se reuniram e fizeram uma reclamação dizendo que o tempo era insuficiente para apresentar os argumentos.


Também são réus neste processo o delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa, Marcelo Carvalho, homem de confiança do ex-vice-governador do DF, Paulo Octávio, a ex-assessora de Durval Barbosa, Cláudia Marques.


Os crimes de violação de sigilo funcional, concussão e formação de quadrilha foram desmenbrados em um outro inquérito que será julgado após o caso de extorsão.


Denúncia


Em outubro do ano passado, Guerner e Bandarra foram denunciados pelo Ministério Público por crimes de extorsão, quebra de sigilo funcional, concussão (exigir dinheiro ou vantagem em razão da função que ocupa) e formação de quadrilha dentro do suposto esquema envolvendo integrantes do governo do Distrito Federal e do Poder Legislativo.


Segundo denúncias do delator do suposto esquema, Durval Barbosa, os dois acusados teriam cobrado R$ 2 milhões do ex-governador José Roberto Arruda para não divulgarem o vídeo em que ele aparece recebendo dinheiro de Durval Barbosa. O ex-procurador-geral do Ministério Público e a promotora negam as acusações.


No início do julgamento, em maio, a Corte Especial começou a analisar um pedido da defesa da promotora que alegou insanidade. A intenção era evitar que ela respondesse pelos crimes dos quais é acusada.


Um pedido de vista adiou para o dia 2 de junho a decisão do colegiado que negou o pedido e considerou, por unanimidade, que a promotora não sofre de insanidade.


Além disso, de acordo com Barbosa, Bandarra e Guerner teriam cobrado propina para vazar informações da Operação Megabyte da Polícia Federal para Durval Barbosa. Caso a denúncia do MP seja aceita, o primeiro passo da ação penal é o interrogatório dos réus e a oitiva das testemunhas, que poderão ser arroladas pela acusação e pelos advogados de defesa.

 

Palavras-chave: Deborah Guerner; Julgamento; Mensalão; DEM; Denúncia; Pressão; Permissão

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1 Comentários

Márcio Luiz dos Reis Advogado22/07/2011 13:08 Responder

Estamos diante de um teatro demagógico, vexatório e humilhante, ao qual a sociedade comum e a comunidade forense, não poderá se curvar e admitir sua perpetuação. A conduta da \\\"Dra.\\\" promotora, fere o brio e o caráter de toda a nação, conquanto, se mostra aviltante aos costumes do cidadão de bem que somos todos nós, honrados, abnegados e cumpridores do legal e do moral, pobres e mortais trabalhadores, que, com suor de nossos trabalhos, dignificamos o país. A \\\"Dra\\\". enquanto em companhia de seu bando, roubava o erário, nunca, jamais, em tempo nenhum, teve desmaios e coisas outras como agora simula - ao contrário, desfrutava de vida folgosa, elitizada e, certamente, frequentava o que de melhor existia na capital federal, sem nunca, ter enfrentado a dura vida que a quase totalidade da nação convive. É pouco sua exoneração da brilhante instituição a que pertencia, cujo ocorrido, deve extender ao seu comparsa, bem como, perseguir a restituição ao erário de tudo quanto amealharam do povo. Parabéns ao CNMPF que baniu de seus quadros estes vermes pútridos da sociedade, verdadeiros malfeitores da humanidade.

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