O Tribunal do Júri de Samambaia condenou, nesta quinta (10/02), o réu Felipe Gonçalves Dias, 19 anos, a 72 anos de reclusão em regime inicialmente fechado por um homicídio consumado e seis tentativas de homicídio. O julgamento dá continuidade ao mutirão que acontece neste mês em Samambaia e vai até o dia 4 de março.

O réu foi acusado de matar a tiros Mardiney de Carvalho Lopes e de tentar matar, com disparos de arma de fogo, Alan Araújo, Aldo Andrelino, Marcelo Domingos, Washington Almeida, Leonardo Felix e Rafael de Jesus. O Ministério Público sustenta que o assassinato aconteceu por motivo torpe, uma vez que o denunciado e seus comparsas pensaram que as vítimas eram residentes na QR 403 de Samambaia, quadra que consideravam rival e que, por essa razão, mereciam morrer. Além disso, o crime foi praticado com recurso que dificultou a defesa das vítimas, que foram surpreendidas enquanto conversavam distraidamente. O Conselho de Sentença acatou todas as qualificadoras do crime que aconteceu no dia 6 de junho de 2009, por volta de 1h10, em plena via pública.

Narra a denúncia que Felipe Gonçalves Dias (vulgo Kile), Laiuço de Brito Santos, Valdeir Alves de Brito (vulgo Duduca), e Michael da Mata Silva abordaram, na esquina da quadra QR 603 de Samambaia, as vitimas acima citadas, que estavam paradas conversando, acreditando se tratarem de moradores da QR 403, quadra que consideravam rival. Alegando que as vítimas seriam matadores de pessoas da QR 603, os denunciados, armados com arma de fogo, determinaram a todos que se deitassem no chão e, em seguida, passaram a agredir as vítimas com chutes e coronhadas. Ainda de acordo com a denúncia, duas das vítimas, temendo uma execução, levantaram e saíram correndo, momento em que diversos disparos foram efetuados em sua direção, atingindo uma delas no abdômen. Em seguida, as demais vítimas, aterrorizadas, saíram correndo do local. Os denunciados teriam efetuado mais disparos na direção das vitimas em fuga, não as atingindo por erro de pontaria. Feridos, Mardiney e Aldo permaneceram deitados, momento em que os acusados efetuaram disparos na cabeça de Mardiney, que morreu ali mesmo. Aldo fugiu e foi alvejado, mas não fatalmente.

Os autos foram desmembrados e, no dia 19 de agosto de 2010, Lauiço de Brito Santos, 22 anos, e Michael da Mata Silva, 21, foram julgados e condenados a pena de, respectivamente, 84 e 75 anos de reclusão, a serem cumpridos inicialmente em regime fechado. Valdeir Alves de Brito está preso aguardando julgamento.