Por 184 votos a 158, a base governista conseguiu derrubar na Câmara proposta da oposição que pedia reajuste de 16,67% para os aposentados. Na votação da medida provisória ainda houve quatro abstenções e ficou mantido o índice de 5,01% fixado pela MP original do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Foi uma vitória da responsabilidade e da paciência", disse o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (SP). Enquanto os deputados aprovaram o menor reajusta para aposentados, eles reivindicam aumento de 91% em seus salários. Nesta terça-feira, o presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), confirmou que a reivindicação é para ter os vencimentos no mesmo valor do salário de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), 24.500 reais. O salário atual de um deputado é de 12.847,20 reais.

Rebelo tentou justificar a reivindicação dizendo que "o salário bruto dos deputados é de cerca de 12.000 reais, e o líquido, 9.000 reais. As demais verbas, como combustível, passagens e habitação só podem ser usadas com essas finalidades - e não transformadas em salário direto."

Em junho, os governistas votaram com a oposição e Lula vetou o reajuste. Na ocasião, foram 274 votos favoráveis aos 16,67%, apenas 5 contrários e 15 abstenções. A vitória desta terça já reflete os apoios a Lula em seu segundo mandato. A MP seguirá agora para o Senado. Segundo o governo, o reajuste de 16,67% causaria impacto de 7 bilhões de reais nos cofres públicos.