Um hímen complacente

Sandra Mara Devincenzi da Silveira da Silva, Socióloga, Jornalista (DRT/RS 13.573), acadêmica de Direito. E-mail: sandra.silva@brturbo.com.br.

Fonte: Sandra Mara Devincenzi da Silveira da Silva

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Sandra Mara Devincenzi da Silveira da Silva ( * )

O país está submerso num pântano de corrupção em que nada acontece, nem as areias são movediças. Ninguém é preso e nada é apurado, a não ser que os delitos sejam delimitados em torno de peixes pequenos, lembrando palavras de Fernandinho Beira-Mar, o novel cientista político da pátria amada.

A sociedade está aparelhada com companheiros que se aboletaram nos cargos e usufruem de todas as mordomias que, obviamente, não pretendem largar com facilidade.

A política de centro do país é de ardis, corrupta e volúvel, onde se aceita tudo, desde que tudo se mantenha como está. Uma oscilação entre o desagradável e o desastroso.

Leitores perguntam: "Em quem iremos votar se o sistema está completamente contaminado?"

Nas campanhas promete-se o impossível, sabendo-se que depois da posse não se poderá fazer nada no primeiro ano, com cofres geralmente vazios e orçamento decidido por lei do antecessor. Já no segundo e terceiro anos, deixando de lado a fala da herança maldita, tem de mostrar a que veio tocando obras e cumprindo algumas promessas gravadas em mídia digital. Obras, no entanto, que serão entregues apenas ao final do quarto ano como forma deslavada de campanha já para o próximo mandato.

O governo lançou seu candidato, talvez balão de ensaio, não se sabe, mas forçou a oposição a por a cabeça para fora do ninho.

Será esta a sucessão no Brasil? Lamentável o quadro que vivemos, sem lideranças novas, sem rebeldes com causa, apenas com vícios.

Estamos entre o perigo e o risco e este ambiente enevoado de poluição ambiental e de corrupção poderá gestar uma solução vinda do povo que começará a perceber que está a caminho das masmorras.

Será este país hipócrita e abandonado por deus? Ora, pois, que vileza!

O senador Jarbas Vasconcellos continua sendo defenestrado por ter chamado seu partido de corrupto e o governo de medíocre. Apertou na ferida e saltou pus para todo lado. Não da forma que o fez Roberto Jéferson que salvou a nação da assunção à presidência do deputado José Dirceu sangrando a própria carne. Vestígios indicam que a sociedade o esqueceu, aliás, sociedade costumeiramente acometida de amnésia e idiotice.

Observemos o ponteiro da bússola nacional: classe política desmoralizada; violência em grau insuportável; insegurança absoluta; crime organizado em crescente ascenção; educação quase no fundo do poço; saúde precária sangrando no grito de dor dos milhares desafortunados que precisam do atendimento público; valores morais nauseabundos.

Há sinais de que caminhamos em direção ao patíbulo. Enquanto isso o povo se masturba com as cenas de mais um big brother.



Notas:

* Sandra Mara Devincenzi da Silveira da Silva, Socióloga, Jornalista (DRT/RS 13.573), acadêmica de Direito. E-mail: sandra.silva@brturbo.com.br. [ Voltar ]

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