STF ouve defesa de réus ligados ao antigo PL

Serão apresentados, também, os argumentos das defesas dos donos das construtoras usadas para lavar dinheiro

Fonte: Veja

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O julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal chega nesta sexta-feira ao sétimo dia. E segue com a apresentação dos argumentos das defesas. Nesta sessão, falarão os advogados de Breno Fischberg, da corretora Bônus Banval, e Carlos Alberto Quaglia, da corretora Natimar. Também subirão ao púlpito os defensores dos réus ligados ao antigo PL, hoje PR: o deputado Valdemar Costa Neto e os irmãos Jacinto e Antônio Lamas.


Acusado de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, Fischberg confirmou à CPI dos Correios que a empresa beneficiou a corretora Natimar, de Alberto Quaglia. Por meio da Natimar, Quaglia ajudava líderes do PP a lavar o dinheiro do valerioduto. Já a Bonus Banval seria utilizada para transferir o dinheiro ilegal aos parlamentares do PP.


Breno Fischberg e Enivaldo Quadrado, sócios da Banval, reuniram-se diversas vezes com o operador do mensalão, Marcos Valério, na sede da corretora. Indicados pela cúpula pepista, Fischberg e Quadrado eram os interlocutores do núcleo operacional para os repasses ao partido. Fischberg e Quadrado disseram que Valério irrigou a Banval com o objetivo de comprá-la. Valério negou. Conforme a Procuradoria, Fischberg e Quadrado são "profissionais do ramo de branqueamento de capitais".


Já Quaglia ajudou os líderes do PP a montar uma operação para lavar o dinheiro repassado pelo valerioduto, por meio de sua empresa, a Natimar. A empresa do argentino tinha conta na Bônus Banval, e foi por meio dessa conta que o dinheiro seguiu até José Janene, Pedro Correa e Pedro Henry. Conforme a Procuradoria, o dinheiro injetado na Bônus Banval ia parar na conta que a Natimar mantinha na corretora e de lá seguia para as arcas pepistas. Desta maneira, a quadrilha mascarava o vínculo entre Valério e os destinatários finais do valerioduto. As transferências assinadas por Quaglia estão documentadas em laudo.


O deputado Valdemar Costa Neto, à época presidente do PL, recebeu propina em troca de apoio político e montou sua própria quadrilha para lavar o dinheiro da corrupção. Por isso, responde por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A Procuradoria identificou duas estratégias montadas por Valdemar para receber a propina. A primeira delas foi por intermédio da Guaranhuns Empreendimentos, de Lúcio Bolonha Funaro, que no ano eleitoral de 2002 havia emprestado 3,1 milhões de reais a Valdemar. A segunda, por intermédio do ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas e seu irmão, Antonio Lamas. E ainda houve pagamentos feitos diretamente a Valdemar em São Paulo.


Costa Neto renunciou ao mandato em 2005 para escapar da cassação, foi reeleito deputado federal no ano seguinte e novamente em 2010. Está em seu sexto mandato na Câmara.


Jacinto Lamas intermediou parte dos repasses ao extinto PL, do qual foi tesoureiro, e integrou a quadrilha encabeçada por Valdemar Costa Neto para ocultar a origem do dinheiro. É acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Jacinto Lamas recebeu pessoalmente em uma agência do Banco Rural e em hotéis de Brasília repasses da SMP&B, conforme testemunhos e recibos informais. Além disso, de acordo com Marcos Valério, pivô do mensalão, foi Jacinto quem lhe indicou a Guaranhuns para intermediar os repasses em favor de Valdemar Costa Neto e pediu um contrato forjado entre as empresas para mascarar a origem do dinheiro.

Palavras-chave: Lavagem de dinheiro; Mensalão; Supremo; Julgamento

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2 Comentários

Clóvis Júnior Advogado10/08/2012 23:03 Responder

Esse julgamento vai ser uma palhaçada!!! E o que mais me irrita é ocultarem Lula daquele bando! Achar que lula \\\"não sabia de nada\\\" é muita ingenuidade... ? ? Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão... ? ?

José Mateus Teles Machado advogado11/08/2012 12:29 Responder

E os fundos de pensão que é quem tem dinheiro neste País não foram investigados e eu lí a entrevista da Antonio Carlos Magalhães no Correio Braziliense em que ele disse que o Ministro da Previdência Valdeck Ornelas tinha uma firma da Informática na Bahia e estava descobrindo o roubo e não entregou os cabeças

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