Sigilo de operação da PF é violência contra democracia, dizem delegados
Associação afirmou que pedido de segredo feito por Rodrigo Janot é 'estranho' e classificou o procurador como 'Censor Geral da República'
Em nota divulgada nesta quarta-feira (21), a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal manifestou insatisfação com a decisão do ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), que acatou pedido do procurador-geral da República Rodrigo Janot e decretou sigilo das informações sobre a quinta etapa da Operação Ararath, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (20), no Mato Grosso. A entidade classificou a medida como “a mais contundente violência sofrida pela instituição desde a redemocratização do Brasil”.
Em seu texto, a Associação dos Delegados afirma que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli acatou um “estranho pedido” de Janot para "calar" a Polícia Federal. “A sociedade brasileira merece saber o que tornou tão singular a execução da quinta fase dessa operação com relação a tantas outras operações em tramitação no Supremo Tribunal Federal”, diz a nota.
Em tom irônico, os delegados classificam Janot como “Censor Geral da República” e reclamam que é preciso deixar claro “os reais motivos” que fizeram Toffoli aceitar o pedido do procurador-geral.
Segundo informações publicadas pela Folha de S. Paulo, a operação Ararath prendeu nesta terça-feira (20) o ex-chefe da Casa Civil do estado do Mato Grosso, Eder Moraes, e o deputado estadual José Geraldo Riva (PSD). Buscas também teriam sido realizadas no apartamento do governador Silval Barbosa (PMDB).
Em outra fase da operação, a Polícia Federal revistou a casa do ex-procurador da República Fernando Mendonça. De acordo com O Estado de S. Paulo, Mendonça foi o maior doador da campanha eleitoral do senador Pedro Taques (PDT) nas eleições de 2010. Atualmente ele é um dos pré-candidatos ao governo do Mato Grosso.
Em novembro de 2013, quando concluiu a primeira etapa da operação, a Polícia Federal informou que, desde o começo de 2011, vinha investigando empresas de factoring (fomento mercantil) e de outros segmentos, como uma rede de postos de combustíveis de Cuiabá.
Por meio de operações de empréstimo fraudulentas, as empresas lavavam dinheiro e fraudavam o sistema financeiro, movimentando mais de R$ 500 milhões de reais em seis anos. Ainda de acordo com a Polícia, a base do esquema era uma empresa da cidade mato-grossense de Várzea Grande que, oficialmente, encerrou suas atividades em 2012.
seu nome sua profiss?o23/05/2014 9:49
Aí, o crime organizado trabalhando contra o Brasil em favor dos colegas.