Terminou sem acordo esta manhã no TST a audiência entre os representantes da Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel) e os dirigentes sindicais que representam a categoria. Os trabalhadores não aceitaram a contraproposta, formulada pelo ministro corregedor Rider de Brito e acolhida pela empresa, que previa reajuste salarial de 5% retroativo a abril e de 6% a partir de setembro. De acordo com a proposta recusada, as diferenças relativas ao período de abril a agosto seriam pagas em duas parcelas, nos meses de setembro e novembro.

Sem acordo, o dissídio coletivo ingressa agora na fase contenciosa e irá a julgamento pela Seção de Dissídios Coletivos (SDC) do TST. O ministro Luciano de Castilho Pereira foi sorteado o relator do dissídio. O ministro Rider de Brito lamentou que as partes não tenham chegado a um consenso no primeiro dissídio coletivo do TST em que ele atuou como mediador. Rider de Brito exortou as partes a continuar negociando autonomamente o conflito e informou que, em caso de êxito, empresa e sindicato podem apresentar, a qualquer momento, uma petição conjunta de desistência do dissídio.

O corregedor também aconselhou os trabalhadores a suspender a greve, que está concentrada na unidade da Imbel em Itajubá (MG), com adesão de 40%. ?A probabilidade de o TST deferir o pagamento dos dias parados é pequena. A greve é um direito da categoria mas representa também a suspensão do contrato de trabalho?, disse o ministro aos sindicalistas. Os trabalhadores têm esperanças de que a SDC assegure à categoria um percentual de reajuste maior, a exemplo do que ocorreu no último dissídio, quando fixou o reajuste em 16% sobre os salários pagos em 1º de abril de 2003. A categoria reivindica reajuste de 17,16%.

Apesar do impasse em torno do reajuste salarial, os representantes da Imbel garantiram o retorno do plano de saúde a partir do dia 5 de setembro. Os atendimentos estão suspensos desde 1º de abril por falta de pagamento. A Imbel deve R$ 3 milhões à Unimed e, segundo a empresa, a dívida será parcelada. A Imbel é uma empresa pública vinculada diretamente ao Ministério da Defesa, por intermédio do Comando do Exército. Tem 1.960 empregados distribuídos entre suas cinco unidades ? Piquete (SP), Magé (RJ), Juiz de Fora (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Itajubá (MG). (DC 157.825/2005-000-00-00.4)