Preso desde a Operação Dominó, Carlão de Oliveira deve ganhar eleição
Ainda detido, o deputado está conseguindo manter a candidatura devido a decisões judiciais
PORTO VELHO (RO) - O presidente afastado da Assembléia Legislativa, Carlão de Oliveira (PSL), preso no dia quatro de agosto pela Polícia Federal durante a Operação Dominó, deverá ser o candidato mais votado de seu partido, segundo apontam pesquisas. Ainda preso, Oliveira está conseguindo manter a candidatura devido a decisões judiciais.
O deputado foi acusado de liderar o esquema que teria desviado R$ 70 milhões da Assembléia Legislativa de Rondônia. Durante a Operação Dominó, foi encontrada em sua casa uma pistola 9mm. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) não aceitou a denúncia mais pesada, a de formação de quadrilha, apresentada pelo Ministério Público Federal. Oliveira foi qualificado por corrupção passiva e permanece preso por causa da arma de fogo.
"Não me soltam por interesses políticos. Não há nada provado contra mim e não deixam que eu me defenda. A arma é de um servidor da Assembléia que era responsável pela minha segurança. Ele já admitiu isso em depoimento à Polícia Federal", disse Oliveira.
Nas cidades de Alta Floresta do Oeste, Alto Alegre, Novo Horizonte, São Francisco e Primavera, a chamada Zona da Mata, onde Oliveira tem base eleitoral, seus assessores têm passado aos eleitores a configuração de que o deputado é um preso político. Ele é visto nesses locais como uma espécie de Hobin Hood, devido ao apoio que prestava a associações.
No centro de correção da PM, estão presos com Oliveira sua mulher, Márcia, a cunhada Hingrid, o irmão Moisés e o cunhado Marlon Jungles, todos acusados de envolvimento com o esquema de corrupção.
Operação Dominó
A Operação Dominó foi destinada a prender uma quadrilha de altos funcionários públicos especializada em desvio de recursos públicos, corrupção, peculato, extorsão, lavagem de dinheiro e venda de sentenças judiciais.
O grupo é acusado de lesar os cofres públicos em cerca de R$ 70 milhões, desde 2004. Um dos seus principais crimes era a falsificação de pagamentos de funcionários fantasmas por laranjas na Assembléia Legislativa. Dos 24 deputados estaduais, 23 praticavam esse crime e, segundo a PF, desviaram mais de R$ 10 milhões com essa prática, em apenas um ano.
NERCINA advogada27/09/2006 9:29
Não merece comentário. É o fim de tudo.