Policial Militar nomeada em lugar de outra desclassificada deve ser mantida

"A regular aprovação em todas as etapas, somada aos demais fatores analisados, quais sejam, o interesse público e a inequívoca existência de vagas, acabaram por consolidar situação de fato favorável não só à apelada, mas também ao Estado, sendo irrazoável a sua reversão?, concluiu o desembargador

Fonte: TJSC

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A 3ª Câmara de Direito Público do TJ confirmou sentença da comarca da Capital no mandado de segurança impetrado por Mirlayne Muriel Goulart Ramos contra ato do comandante da Polícia Militar de Santa Catarina, e a manteve no cargo de soldado. Ela foi aprovada em quarto lugar no concurso público para o cargo de soldado da Polícia Militar, cujo edital previa três vagas, e foi convocada para fazer o curso de formação.


A sua convocação aconteceu porque a primeira colocada fora desclassificada, por não ter a altura mínima exigida no edital; esta também acionou a Justiça e acabou participando do curso. Como ganhou na Justiça, criou-se o impasse, já que as duas foram aprovadas no curso de formação. O comando da Polícia Militar, então, resolveu nomear as três primeiras candidatas classificadas, com a exclusão de Mirlayne. Com essa decisão, o comando entendeu cumprir o determinado pelo Judiciário.


Mirlayne, então, ajuizou mandado de segurança onde requereu o direito de permanecer no posto de soldado da corporação. O Estado apelou da decisão, com o argumento de que a manutenção de Mirlayne estava condicionada à decisão sobre a desclassificação da outra candidata.


O desembargador Pedro Manoel Abreu, relator da matéria, reconheceu os pontos que constaram do parecer do Ministério Público: o interesse público e a legalidade. Em relação ao primeiro, por ser legítima a permanência do soldado pelos investimentos feitos pelo Estado na sua formação em 2006, o que, de outro modo, representaria prejuízo aos cofres públicos.


Quanto à legalidade, reconheceu que Mirlayne foi aprovada em todas as etapas do certame e do curso de formação. Abreu destacou, ainda, o fato de em 2008, antes mesmo da decisão definitiva da Justiça, ter sido aberto novo concurso, com 42 vagas para policiais femininas.


É certo que a simples aprovação, à época, não seria suficiente a garantir o direito, que estaria atrelado à discricionariedade da Administração, a quem incumbe aferir a necessidade ou não do preenchimento da vaga. Todavia, a regular aprovação em todas as etapas, somada aos demais fatores analisados, quais sejam, o interesse público e a inequívoca existência de vagas, acabaram por consolidar situação de fato favorável não só à apelada, mas também ao Estado, sendo irrazoável a sua reversão”, concluiu o desembargador.

 

Palavras-chave: Aprovação; Concurso; Desclassificação; Nomeação

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