MST marca série de manifestações pelo país no dia 25

Reunidos ontem na Conferência Nacional da Terra e da Água, que prossegue até quinta-feira, os movimentos de trabalhadores rurais são unânimes em apontar a lentidão no cumprimento das metas do governo.

Fonte: O Globo

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BRASÍLIA - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) anunciou na segunda-feira seu novo alvo na luta pela reforma agrária: a política econômica do governo federal. E marcou para o dia 25 uma série de manifestações, em todo o país, diante das representações regionais do Banco Central. Um dos coordenadores nacionais do movimento, João Paulo Rodrigues, mandou o recado: as ocupações de terra vão continuar enquanto o governo não priorizar a reforma agrária.

Reunidos ontem na Conferência Nacional da Terra e da Água, que prossegue até quinta-feira, os movimentos de trabalhadores rurais são unânimes em apontar a lentidão no cumprimento das metas do governo. O Plano Nacional de Reforma Agrária previa o assentamento de 115 mil famílias. O MST diz que, pelo ritmo atual, esse número não passará de 10 mil.

- O governo Lula tem deixado muito a desejar na reforma agrária - disse o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Manoel José dos Santos.

- O governo, que já anda com muita timidez no processo de reforma agrária, está optando por comprar fazendas falidas, o que gera um alto custo. É preciso enfrentar o latifúndio - emendou o presidente da Comissão Pastoral da Terra, dom Tomaz Balduíno.

Presente à abertura da conferência, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, chegou a ser vaiado por parte da platéia. Em seu discurso, ele tentou ser apaziguador. Tratou os sem-terra como aliados. Mas não garantiu que o governo conseguirá cumprir a meta de assentamentos:

- Nós estamos trabalhando para atingirmos todas as metas. Vamos trabalhar até 31 de dezembro - disse.

Rossetto procurou o tempo todo ser amigável. Num ginásio de esportes coberto por bandeiras vermelhas e retratos de Lênin, Mao-Tse Tung, Engels e Che Guevara, o ministro chegou até a entoar "Pra não dizer que não falei de flores", a música de Geraldo Vandré imortalizada pela esquerda na ditadura e que serve de hino aos movimentos sociais. Entre as faixas estendidas pelos participantes, há mensagens como "Fora Alca, fora OMC", "Queremos comer o superávit primário" e "Meirelles, volte para Boston", essa uma referência ao presidente do BC.

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