O Tribunal Superior do Trabalho assumirá o seu papel de condutor dos debates sobre os direitos humanos e direitos sociais ao reunir especialistas de vários países para discutir trabalho escravo, trabalho infantil e liberdade sindical. Em entrevista hoje (16) ao programa NBR-Manhã, da TV Nacional, o ministro Luciano de Castilho adiantou que o Fórum Internacional sobre Direitos Humanos e Direitos Sociais, de 29 de março a 1º de abril na sede do Tribunal, será a oportunidade para que se possa comparar a realidade brasileira com a de diversos países.

?Direito do Trabalho é direito humano?, afirmou o ministro, que defende a necessidade do cidadão recuperar o orgulho de dizer que sustenta a sua família com o seu trabalho. ?Estamos vivendo de cestas básicas no Brasil, estamos voltando a Patativa do Assaré: se você dá muita esmola, ou mata de vergonha, ou acostuma o cidadão?, criticou. Segundo Luciano de Castilho, fala-se muito em trabalho escravo e infantil, mas o que mais existe atualmente é o desemprego, a informalidade e o trabalho precário.

O ministro do TST declarou que o grande desafio hoje no Brasil é garantir condições mínimas de trabalho válidas para qualquer região do País, more o trabalhador no Piauí, em Minas Gerais ou em São Paulo. Para exemplificar as diferenças do ?vários Brasis?, Luciano de Castilho citou a cidade de São Bernardo dos Campos, onde os trabalhadores estão acostumados a ter direitos como salário mínimo e a carteira de trabalho assinada, em contraposição ao interior de Minas Gerais ou do Nordeste, onde esses direitos são freqüentemente ignorados.

As inscrições para o Fórum Internacional sobre Direitos Humanos e Direitos Sociais podem ser feitas até o próximo dia 19, no site do TST, www.tst.gov.br.