Médica será avaliada por Secretaria de Saúde após fixar seringas em muro

Sindicância pode ser aberta, diz direção do hospital onde a mulher trabalha. Responsável pelo condomínio informou que seringas foram retiradas

Fonte: G1

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A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou nesta segunda-feira (22), por meio de nota, que a médica responsável por fixar seringas na grade de casa e escrever em um cartaz “Muro com sangue HIV positivo – não pule”, será encaminhada para avaliação clínica quando retornar às atividades no Hospital Regional do Paranoá.

 

Segundo a Secretaria de Saúde, a médica está em abono anual e retorna às atividades nesta terça-feira (23). De acordo com a Lei 1.303, o servidor tem direito a cinco dias de abono ao ano, quando não tiver mais de cinco faltas injustificadas no período de um ano.


A direção do Hospital Regional do Paranoá  informou que, caso a servidora tenha se apropriado de material que pertence à secretaria, será aberto um processo de sindicância para apurar os fatos.


O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) também afirmou que irá apurar a ação da médica. Segundo o CRM, a médica poderá receber penalidade que pode ir desde a advertência à cassação do exercício profissional. O conselho adiantou que a atitude da médica apresentou indícios de infração ao Código de Ética Médica.


Para o presidente do CRM-DF, Iran Augusto Cardoso, se a ortopedista retirou as seringas do hospital, ela adquiriu inapropriadamente o material. Segundo Cardoso, ao expor as seringas, a médica colocou em risco a saúde dos moradores vizinhos.


A síndica do condomínio RK, Vera Barbieri, contou que as seringas foram retiradas da grade da casa da médica no sábado (20) à noite. No entanto, o cartaz que informa “Muro com sangue HIV positivo – não pule” continua no local. Ainda segundo a síndica, a médica teria colocado o material na grade na quinta-feira (18).


Vera afirmou que a Vigilância Sanitária foi acionada ainda no sábado, mas disse que não poderia fazer nada em relação ao assunto. Nesta segunda-feira, a Vigilância Sanitária solicitou que a síndica encaminhasse o nome completo da médica, para que ela possa ser responsabilizada.


Estamos agindo em termos administrativos. A Vigilância Sanitária disse que, para a conclusão dos encaminhamentos necessários ao caso, precisamos repassar os dados”, contou.


A síndica ainda informou que a médica foi notificada pelo condomínio no sábado e deverá pagar multa de R$ 180. “A moradora tem cinco dias para corrigir os problemas. Caso contrário, a multa poderá subir”, explicou Vera.


A situação extrapola a capacidade do condomínio de notificá-la. É um assunto mais amplo, é uma ameaça à sociedade. Se uma pessoa portadora vir uma coisa dessa no muro de uma casa, se torna algo constrangedor, é discriminatório”, completou a síndica.


Veja íntegra da nota da Secretaria de Saúde:


"A direção do Hospital Regional do Paranoá informa que a referida médica trabalha na regional como ortopedista. Atualmente, a servidora encontra-se em abono anual (conforme direito do servidor - Lei 1303 de 16/12/1996).


A regional enfatiza que não há nenhum tipo de autorização para que qualquer servidor retire material médico-hospitalar da unidade de saúde. Todos os materiais utilizados no hospital são devidamente controlados.


Conforme determina o núcleo de infecção hospitalar, em cada setor há um recipiente adequado para armazenamento e descarte de material pérfuro-cortante.


A direção esclarece ainda que, se confirmado que a servidora tenha se apropriado de algum material pertencente à SES/DF, procederá com a abertura de processo de sindicância, para apuração rigorosa dos fatos.


Ao retornar às suas atividades profissionais, a servidora será encaminhada para a diretoria de Saúde Ocupacional para avaliação clínica.


Brasília, 22 de agosto de 2011. "

 

Veja íntegra da nota do Conselho Regional de Medicina (CRM):


"O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) irá apurar a ação da médica, moradora do condomínio RK em Brasília, após a mesma fixar agulhas, supostamente contaminadas pelo vírus HIV, na grade da casa onde mora. O CRMDF, fundamentado no Código de Ética Médica, analisará todos os fatos relacionados ao ato da ortopedista. Após a referida análise, a médica poderá receber uma penalidade, que vai desde a advertência à cassação do exercício profissional."

Palavras-chave: Sindicância; Médica; Seringa; Condomínio; Hospital; Responsabilidade

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3 Comentários

JOSE COSTA FILHO func.publico22/08/2011 21:37 Responder

Desde quando vc tenta se proteger das ações de bandidos e no entan to é condenado até mesmo a per der o seu enprego..é brincadei ra .....e quando tem gente matan do no meu da rua e não acontece nada ou mesmo acidente em hospitais, e quando morre por falta de atendimento é brinca deira...e vai ser condenanda,e os bandidos soltos. são atitudes diferenes desvalorizando a vida.

Ney Boechat http://neyboechat.blogspot.com23/08/2011 19:46 Responder

No meu entender, é admirável a conduta criativa da médica, desde que se trate de um belo blefe. Caso contrário, arruma toda essa confusão que está rolando. Quanto ao portador de HIV que passar pelo muro, não há falar em constrangimento, a não ser que ele seja hiper-sensível.

Jonas Amor musico25/08/2011 10:21 Responder

Ahahahahah Tratando-se de uma atitude jocosa da médica dou à ela meus parabéns! Terrorismo Poético! Lindo! Se forem seringas com sangue realmente contaminado ela exagerou bastante, mas mesmo assim não retira a criatividade de seu ato. Agora fazer todo esse alarde, e pretender penalizá-la tão severamente é com certeza um absurdo. VÃO CUIDAR DO QUE REALMENTE IMPORTA!

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