Marco Feliciano é eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos

Após discussão, deputados saíram da sessão contra a eleição do pastor

Fonte: G1

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Ainda sob protestos e a portas fechadas, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados elegeu o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir o colegiado. A vice-presidência ficará a cargo de Antônia Lúcia (PSC/AC). A votação ocorreu com 11 votos favoráveis, dos 18 membros do colegiado.


Pastor da igreja Assembleia de Deus, o deputado causou polêmica em 2011, quando publicou declarações polêmicas em seu Twitter sobre africanos e homossexuais. "Sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, Aids, fome... Etc", escreveu o deputado na ocasião. Ele também havia publicado na rede social que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime e à rejeição".


Durante a posse, o deputado negou ser racista. "O trabalho que nós vamos executar aqui vai mostrar ao povo brasileiro. Caso eu houvesse cometido esse crime de racismo, a primeira pessoa para quem eu teria que pedir perdão na vida seria a minha mãe [...]. Uma senhora de matriz negra, só não tem a sua matiz negra - só a pele dela não é negra -, mas o sangue é negro, os lábios são negros, o coração dela é, como eu também sou", disse.


A eleição foi iniciada após a saída da sessão de deputados contrários à escolha de Feliciano, indicado pelo PSC para ocupar o cargo. O ex-presidente da comissão, deputado Domingos Dutra (PT-MA), renunciou ao cargo momentos antes da votação e se recusou a dar continuidade à sessão. "Me retiro nesse momento em nome do PT e me retiro em meio a uma ditadura que foi estabelecida aqui", disse o deputado.


Do lado de fora, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), apoiador de Feliciano e crítico da militância LGBT, chegou a discutir com os manifestantes e foi vaiado. A sessão teve início por volta das 9h15, mas público foi impedido de entrar na comissão para evitar o tumulto. Os dois acessos do corredor que dão acesso à sala onde ocorria a reunião foram bloqueados por seguranças.


A sessão foi convocada pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) após ter sido cancelada devido a discursos e protestos contra a indicação de Feliciano. Nesta quinta, a sessão teve início por volta das 9h15 com os dois acessos à sala onde ocorria a reunião bloqueados para impedir a entrada de manifestantes.


Em sua indicação, o deputado declarou que se baseia na posição política de Martin Luther King, pastor norte-americano líder na luta pelos direitos dos negros e vencedor do prêmio Nobel da Paz. Na presidência, o deputado terá poder para colocar ou retirar de pauta projetos de lei relacionados a direitos humanos e defesa de minorias.

Palavras-chave: Protestos Direitos Humanos Deputado Pastor

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1 Comentários

GERSON ADVOGADO08/03/2013 12:51 Responder

Meus cumprimento ao deputado pastor Marco Feliciano, não só por ter sido eleito para tão importante Comissão, como também pelo seu convencimento. Salvo engano, creio que ao referir-se ao continente africano, não pretendeu ofender aos valorosos e admirados afro-descendentes, a quem historicamente nosso pais tanto deve, mas sim, que ali impera a pobreza, como também foi berço de uma série imensa de doenças como referiu-se. Nesse particular, cabe ao mundo todo somar esforços para a efetiva melhora daquele sofrido povo. Espero que o I. deputado não meça esforços para quem o Brasil também faça sua parte. Quanto ao outro ponto da divergência, por falta de reação da sociedade, estamos sendo forçados a engolir a imposição feita pela mencionada minoria. Certo que cada um faz da sua vida o que quer. No entanto, obrigar que aceitemos a situação hoje presente, tem uma distância muito grande. Infelizmente a sociedade se calou, não por concordar, mas sim, com medo do radicalismo daqueles grupos que não admitem qualquer contestação. Entendo não se tratar de ser ou não homofóbico, mas sim, da forma como essa minoria quer que a aceitemos. Face a grande transformação que sofrerá a sociedade, o povo, por meio de um plebiscito, deveria decidir sobre sua aceitação ou não. Se a escolha for para que essa seja sociedade que queremos, paciência. Por fim, aproveito para estender meus comprimentos ao deputado Bolsonaro e ao pastor Malafaia pela coragem e firmeza em suas posições.

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