Mais de 16 anos de prisão para autores do golpe do bilhete premiado na Ilha
Quando não logravam sucesso com a abordagem teatral, Cachorroski e Lori apelavam para a violência.
Dois estelionatários responsáveis por aplicar o golpe do bilhete premiado durante quatro meses em Florianópolis, de março a junho do ano passado, quando chegaram a levantar mais de R$ 300 mil de vítimas compostas por pessoas da terceira idade, foram condenados pelo juiz Leopoldo Augusto Brüggemann, titular da 3 ª Vara Criminal da Comarca da Capital.
Jorge Cachorroski e Lori do Rosário Rosa, que encarnavam os papéis de matuto e doutor na encenação mambembe que ludibriava idosos nas ruas da Capital, foram condenados, respectivamente, a 16 anos e dois meses e 17 anos e seis meses de reclusão em regime inicialmente fechado, pela prática de oito estelionatos e dois roubos. As vítimas tinham perfil etário bem definido; a mais nova com 56 anos e a mais velha com 88 anos.
Os golpes eram aplicados em áreas centrais da cidade (Bocaiúva, Parque da Luz, Terminal Rita Maria) ou em bairros próximos (Agronômica e Itacorubi). Num dos casos, ocorrido em junho de 2008, a vítima disponibilizou inclusive euros e dólares para a dupla, como garantia de que não fugiria com o fictício prêmio da Caixa Econômica Federal (CEF) pretensamente ganho pelo matuto, que não sabia como receber a quantia naquela instituição financeira.
Quando não logravam sucesso com a abordagem teatral, Cachorroski e Lori apelavam para a violência. Calçavam os idosos com armas, brancas ou de fogo, e as obrigavam igualmente a efetuar saques em suas contas bancárias. Uma senhora de 70 anos, abordada no Parque da Luz, repassou voluntariamente aos estelionatários cerca de R$ 60 mil em dinheiro. Eles andavam pela cidade a bordo de um Audi ? que restou apreendido no transcurso do processo.
Autos nº 023.08.038699-0