Justiça pode anular depoimento de deficiente auditivo

Deficiente auditivo.

Fonte: G1

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Rapaz ficou 13 dias preso acusado de roubar uma loja de conveniência em Londrina. Promotora alega que intérprete que ajudou no depoimento é amiga da família do rapaz.

A falta de um intérprete nomeado pela Justiça pode anular o primeiro depoimento de Alexandre Pontes, de 20 anos, que é deficiente auditivo. Ele ficou preso durante 13 dias em Londrina (PR), em fevereiro deste ano. Ele teria sido confundido com um ladrão. A audiência no cartório da 2ª Vara Criminal, realizada na tarde de segunda-feira (15), durou meia hora.

Esta foi a primeira audiência em oito meses de investigação do caso. Uma nova reunião pode ser remarcada no próximo ano.

Pontes foi acusado de tentar assaltar uma loja. Um gesto dele com as mãos para saber o preço de um produto teria sido confundido com o de um ladrão pedindo dinheiro. Hoje, o rapaz está em liberdade provisória. Ele não pode sair à noite e nem deixar a cidade. Pontes está aguardando o fim do processo para poder se mudar para Curitiba.

Segundo reportagem do Bom Dia Paraná, a promotora Silmara Nogari pediu a anulação por não concordar com o fato de a intérprete que auxiliou no depoimento ser amiga da família de Pontes. "Fica aí uma dúvida se essa interpretação está sendo feita de maneira devida ou não."

A prisão

Pontes é acusado de tentar roubar uma loja de conveniência. A família do rapaz garante que ele é vítima de um mal entendido. "Eu acho que é uma crueldade ele estar presos sendo inocente", disse Marli Rosa, madrasta do jovem.

Alexandre tem deficiência auditiva de nascença e trabalha há um ano como ajudante de motorista numa transportadora. Na tarde do dia 21 de fevereiro, ele foi a uma loja de conveniência, pegou uma bebida a base de chocolate, pagou e saiu caminhando.

Um cliente que estava na loja comentou com a vendedora que ela tinha escapado de um assalto por pouco. Segundo ele, o rapaz tinha feito gestos, como se pedisse dinheiro e também escondia um objeto parecido com uma arma debaixo da camiseta. Só teria desistido da ação por causa do movimento na loja.

O dono chegou em seguida, ouviu a conversa e chamou a polícia, que prendeu o rapaz em flagrante por tentativa de assalto.

Sem poder falar, o rapaz teria levantado a camisa para mostrar que levava apenas uma carteira na cintura e não uma arma. A versão também é reforçada pelo depoimento da vendedora que atendeu Alexandre.

Para os irmãos de Alexandre, tudo teria sido evitado se a polícia chamasse um intérprete da linguagem de sinais para entender a história dele.

Palavras-chave: deficiente

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