Feirante com 'voz de trovão' é proibido de gritar para vender legumes em SP
Potência da voz do comerciante é semelhante ao estrondo de um trovão. Decreto em Franca estabelece multa para feirante que gritar.
Potência da voz do comerciante é semelhante ao estrondo de um trovão. Decreto em Franca estabelece multa para feirante que gritar.
Um decreto municipal em Franca, a 400 km de São Paulo, determina que os feirantes não podem gritar para vender suas mercadorias, mas um comerciante em especial é alvo constante da fiscalização. Cansados do volume do dono da barraca de legumes, os vizinhos o apelidaram de Marretinha. Um aparelho que mede a potência do som mostrou que a intensidade da voz dele se assemelha ao estrondo de um trovão.
Por causa do decreto da prefeitura, o feirante que for flagrado aumentando o volume da voz para ganhar os clientes recebe multa de R$ 230 e pode até perder seu alvará. Paulo César Gadini, o Marretinha, não ganhou o apelido por acaso. Para vender, ele realmente ?martela? no ouvido dos clientes.
Durante o teste com o aparelho que mede a potencia do som, a voz de Gadini marcou 103 decibéis, quase o mesmo que o estrondo de um trovão ou o barulho do motor de um caminhão, que registram 110 decibéis.
Por causa dessa propaganda escandalosa, a ele virou alvo dos ficais. Há dois anos, a prefeitura recebe reclamações de que o feirante exagera no volume.
?Depois de todas as orientações verbais, foi feito um auto de advertência, formalizou-se a advertência?, explicou Ismael Xavier, diretor da Divisão de Fiscalização.
O feirante discorda. ?Eu acho um absurdo, né? Porque eu estou no comércio, estou vendendo mais barato para o consumidor, atraindo o consumidor para comprar de mim a mercadoria?, disse Gadini.
Nem todos os clientes aprovaram a restrição. ?Ele tem que divulgar seu produto, se está trabalhando honestamente?, afirmou a diarista Lúcia Marcelino. ?Acho que tem que deixar do jeito que está porque é tradição aqui, ele é conhecido, é o jeito dele de trabalhar?, opinou o bancário Gabriel Araújo.
Com medo da lei, ele optou por um protesto com bom humor - com uma fita adesiva na boca, o feirante passou a fazer gestos para anunciar suas ofertas.