Em 52 anos de história a quantidade de mulheres que passou a ter emprego remunerado cresceu apenas 23,7%. Isso porque em 1970 havia 17% da população feminina empregada com cargos remunerados. Este número cresceu para 23% em 2006 e, hoje, está em 40,7%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

Para a especialista em Direito das Mulheres Sabrina Donatti, o número é considerado baixo porque ainda há quem exija que boa parcela feminina seja responsável por ficar em casa para cuidar do lar e dos filhos, enquanto só o homem trabalha com remuneração. Além de outros fatores que contribuem às diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho.

Segundo estudo realizado pela FGV, 48% das mulheres são dispensadas de seus empregos após 12 meses da licença maternidade. “A sociedade cobra que a mulher atue como mãe, mas ao se tornar não a abraça nem acolhe como deveria”, diz. Além disso, Sabrina pontua que mulheres com filhos menores de 15 anos têm grande dificuldade em conseguir novos empregos, o que mostra o quanto é preciso haver políticas públicas para que consigam trabalhos para terem independência financeira.

Ela acredita que a cultura da mulher dona de casa, que cuida da família sem remuneração alguma, esteja ultrapassada, mas que é uma questão a ser debatida, resolvida. “A própria sociedade precisa enxergar a mulher como profissional séria e competente, independentemente do gênero. Em pleno século 21 estes rótulos já não cabem mais. Por isso, as mulheres precisam se unir para lutar por seus direitos”, conclui.

Sobre Sabrina Donatti - Formada em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, Sabrina Donatti é pós-graduanda em Direitos das Mulheres. Em 2013, começou a trabalhar com comunicação digital como criadora de conteúdo para incentivar, empoderar e ajudar mulheres a ficarem menos sobrecarregadas após a maternidade. Em seus canais do Instagram (@eusabrinadonatti) e do Youtube (@Sabrina Donatti) aborda temas que vão do Direito à Política, de Legislação à Educação Infantil. Além de assuntos do dia a dia, como a realidade de muitas mulheres que enfrentam de violência doméstica até depressão com assuntos que as estimulem a viver com boa autoestima, de maneira leve e descomplicada.