A Comissão de Educação e Cultura pode convidar representantes do Ministério da Educação para explicar as razões das falhas na aplicação do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) no último fim de semana. O presidente da comissão, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), afirmou que os deputados vão discutir a necessidade de se ouvir técnicos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).

A preocupação, segundo ele, é conhecer quais providências estão sendo tomadas para evitar prejuízos para o Enem. Vanhoni lembra que o exame já assumiu a dimensão de símbolo da democratização do acesso ao ensino superior. A comissão tem reunião marcada para esta quarta-feira (10), às 10 horas, no plenário 10.

Falhas de impressão

Segundo o Ministério da Educação, 21 mil cadernos de prova de cor amarela foram impressos com falha. Além disso, o cabeçalho da folha de respostas de sábado estava invertido. As falhas levaram a Justiça Federal do Ceará a suspender o Enem em todo o País em caráter liminar. O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que prestará todas as informações sobre o método de confecção do exame, para tentar convencer a juíza de que é possível aplicar outra prova apenas para os alunos prejudicados, com o mesmo grau de complexidade e dificuldade da prova do fim de semana. Se, mesmo após as explicações, a juíza se negar a rever sua posição, o ministério vai recorrer da decisão.

Para o deputado Jorginho Maluly (PSDB-SP), é preciso aprimorar o Enem para evitar falhas. O deputado lembra que, no ano passado, o exame também passou por graves problemas, quando houve vazamento do gabarito. ''Você não pode, em um exame dessa magnitude, que cria oportunidade de acesso à universidade pública, ter qualquer mácula. Então, na medida em que você, de alguma maneira, lese um aluno, todo processo fica contaminado."

No último fim de semana, 3,3 milhões de candidatos compareceram às provas do Enem. O estudante que faz o exame pode concorrer a uma das 83 mil vagas em universidades públicas ou a uma bolsa no Programa Universidade para Todos ( Prouni).

Nesta quarta-feira, o Inep, responsável pelo Enem, deve abrir na sua página da internet um formulário para os alunos que se consideraram prejudicados por terem preenchido o gabarito de forma invertida.