Deputados criticam convocação de advogada Beatriz Catta Preta para a CPI da Petrobras

Integrantes da comissão disseram que convocação ocorreu sem debate. Autor do requerimento e presidente da CPI defenderam ida da criminalista

Fonte: G1

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Parte dos integrantes da CPI da Petrobras criticou nesta quarta-feira (5), durante encontro do colegiado, a convocação da advogada Beatriz Catta Preta para prestar esclarecimentos sobre seus clientes nos processos da Operação Lava Jato e sobre seus honorários.


Catta Pretta atuou em nove dos 22 acordos de delação premiada firmados na Lava Jato, entre os quais o do ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo, que acusa o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de pedir US$ 5 milhões em propina.


A convocação da criminalista foi aprovada em 9 de julho por meio de uma votação simbólica e em bloco junto com cerca de 80 outros requerimentos. Por esse tipo de votação, não há registro individual de voto e, na ocasião, não houve manifestações contrárias.


Em entrevista ao Jornal Nacional, a advogada disse que decidiu abandonar a carreira por se sentir “intimidada” por integrantes da CPI.


Na sessão desta quarta-feira, o deputado Sérgio Sola (PT-BA), disse que a convocação da advogada ocorreu sem o devido debate. Outros integrantes da comissão questionaram a demora da CPI em agendar as datas das audiências dos delatores da Operação Lava Jato que citaram a participação do PMDB e do presidente da Câmara no esquema de corrupção que atuava na Petrobras.


"Em 13 minutos, essa casa aprovou mais de uma centena de requerimentos. Na sessão seguinte, levou duas horas apenas para ler os requerimentos. Não assino em baixo esse requerimento sem que haja discussão”, declarou Sola.


O petista também questionou a "demora" da comissão em marcar data do depoimento de Júlio Camargo e Fernando Baiano, suposto lobista do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras. "Se até agora não conseguimos trazer Júlio Camargo imagina o Fernando Baiano.


" O deputado Ivan Valente (PSOL-RJ) questionou a demora da CPI em marcar data para que Júlio Camargo fale à CPI, enquanto há uma defesa enfática por peemedebistas para que a advogada dele compareça à comissão. “Quem está querendo convocar a senhora Catta Preta também deveria ter interesse em convocar o senhor Júlio Camargo”, declarou.


Ele também anunciou que protocolou requerimento pedindo a quebra dos sigilos de Eduardo Cunha. “Eu estou pedindo que a CPI quebre os sigilos bancários, fiscais e telefônicos do presidente da Câmarax. O que está me jogo aqui é a instituição. O presidente Eduardo Cunha devia ser o primeiro comparecer, mas como convocado, com sigilos quebrados. Pesa sobre ele uma acusação muito grave, confirmada pelo senhor Júlio Camargo.”


A deputada Eliziane Gama (PPS-MA) disse que era preciso mais cautela na votação dos requerimentos e lembrou que a convocação de Catta Pretta foi feita sem discussão. “É preciso que tenhamos cuidado na votação de requerimentos.”


Coube ao presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), e ao autor do requerimento de convocação da advogada, deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), fazer a defesa dos trabalhos de investigação.


O autor do requerimento de convocação da advogada de Júlio Camargo, Celso Pansera, rebateu as críticas e defendeu que ela compareça à comissão para explicar as supostas intimidações que recebeu.


“Acho importante que ela venha se explicar, dizer quem é que está ameaçando ela. Relacionaram a minha imagem, a imagem do presidente da Câmara e da CPI a um fato da vida dela. Temos a legitimidade de quem foi eleito pelo voto popular. Ela tem obrigação de vir aqui e eu como deputado tenho legitimidade de cobrar que ela venha aqui", disse.


O presidente da CPI também defendeu a atuação da comissão e a vinda de Catta Preta. “A CPI não abrirá mão de defender aquilo que o plenário aprovou”, disse.

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