Delegada do Rio é indiciada na Operação Guilhotina, confirma PF

Ela deverá responder pelo crime de prevaricação, segundo delegado

Fonte: G1

Comentários: (0)




A ex-delegada titular da 22ª DP (Penha), Márcia Becker, foi indiciada nesta sexta-feira (25), pela Polícia Federal, pelo crime de prevaricação (quado um funcionário público deixa de fazer seu trabalho para satisfazer interesse pessoal). A informação é do delegado da PF, Allan Dias, que está à frente das investigações da Operação Guilhotina.


"O indiciamento foi decidido hoje, por prevaricação. Ela não cumpriu o dever legal de determinar o comparecimento do Christiano (inspetor de polícia Christiano Gaspar Fernandes, que trabalhava com a delegada e era um dos alvos da operação) à polícia. A partir do momento em que ela está em contato com o policial e ele não se apresenta, ela já cometeu crime", disse Allan Dias.


Procurada pelo G1, Márcia Becker informou que ainda não foi oficialmente informada do indiciamento e, por isso, não poderia comentar o caso.


A investigação teve como base interceptações telefônicas. De acordo com o delegado da PF, no dia em que a megaoperação foi iniciada e a polícia compareceu à 22ª DP com mandado de busca e apreensão, Márcia Becker ligou para Christiano. "Ela ligou para ele para falar que os policias estavam cumprindo mandado de busca e apreensão na delegacia. Ele diz 'estão na minha casa também'. Ela, em vez de dizer 'Christiano, vá à delgacia', concorda em dizer que ele está de férias", informou Allan Dias.


Segundo ele, o diálogo teria terminado da seguinte forma:


Christiano: "Diz que eu estou de férias".


Márcia Becker: "Tá, tá".


O inquérito será encaminhado ao Ministério Público do Rio. O delegado da PF informou que ela não será ouvida novamente, pois já prestou depoimento durante a operação.


A operação


No dia 11 de fevereiro, a PF iniciou no Rio megaoperação para prender policiais civis e militares e delegados de polícia suspeitos de ter ligação com traficantes, milícias e máfia dos caça-níqueis.


Na ocasião, Márcia Becker foi conduzida à sede da PF. Ela era titular da 22ª DP durante as ações na Vila Cruzeiro e no Alemão, em novembro do ano passado, e já esteve à frente da Delegacia de Repressão a Armas e Entorpecentes (Drae) e da 17ª DP (São Cristóvão). No início da ação, agentes vasculharam armários das delegacias da Penha e de São Cristóvão. De acordo com a Secretaria de Segurança, os agentes procuraram, sobretudo, materiais que poderiam reforçar as acusações contra os suspeitos.


Com os desdobramentos da ação, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Allan Turnowski, acabou deixando o cargo e foi indiciado pela PF.


A  Operação Guilhotina prendeu 38 pessoas, das quais 30 são policiais militares ou civis, incluindo o delegado Carlos Oliveira, ex-subchefe operacional da Polícia Civil. A ação também apreendeu farta quantidade de munição, um fuzil, três pistolas e uniformes de grupos especiais da polícia (Core e Bope), além de grande quantidade de dinheiro.


TJ aceita denúnica de MP


Na semana passada, Tribunal de Justiça (TJ-RJ) confirmou, através de sua assessoria, que aceitou a denúncia do Ministério Público contra 43 investigados - a maioria policiais civis e militares - na Operação Guilhotina.


Com o recebimento da denúncia pela Justiça, foi iniciado o processo penal contra os réus acusados dos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa, peculato e violação de sigilo funcional e outros delitos. A denúncia do MP foi feita ao Juízo da 32ª Vara Criminal da Comarca do Rio.


De acordo com a denúncia, os acusados atuavam em delegacias ou em posições estratégicas da Segurança Pública. Os policiais "formavam quatro grupos criminosos que atuavam independentemente utilizando-se das facilidades proporcionadas pelos cargos que exerciam".

Palavras-chave: Delegada; Prevaricação; Operação Guilhotina; Políciais; Traficantes; Ligação

Deixe o seu comentário. Participe!

noticias/delegada-do-rio-e-indiciada-na-operacao-guilhotina-confirma-pf

0 Comentários

Conheça os produtos da Jurid