Casal espanhol diz que filho negro foi expulso de restaurante em SP

Garoto foi adotado há dois anos na Etiópia e, segundo família, está abalado. Defesa do estabelecimento diz que criança foi confundida com menino de rua

Fonte: G1

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O que era para ser uma viagem de férias no Brasil terminou em tristeza para a espanhola Cristina, de 42 anos. A mulher, que não quis ter o sobrenome revelado, veio ao país com o marido Jordi, também espanhol, e o filho de 6 anos, adotado há dois na Etiópia. Na sexta-feira (30), Cristina procurou a polícia alegando que seu filho, que é negro, foi expulso do restaurante N.P., no bairro Paraíso, Zona Sul de São Paulo. O advogado do estabelecimento nega e diz que o menino saiu espontaneamente após ser abordado pelo proprietário.


O dono do restaurante confundiu a criança com um menino de rua, segundo seu defensor, José Eduardo da Cruz. O garoto, que não fala português, foi encontrado pela família a um quarteirão de distância do local.


"Foi um desespero, a primeira coisa que eu pensei foi que alguém havia levado ele embora [o menino] e que não iríamos vê-lo nunca mais", disse a mãe, técnica de administração acadêmica na Universidade de Barcelona. A família havia ido ao Parque Ibirapuera na manhã da sexta (30) e decidiu comer no restaurante à tarde. Funcionários viram que o garoto entrou com os pais e o trataram como cliente num primeiro momento, relatou Cristina.


A família, que chegou ao Brasil em 17 de dezembro, disse estar muito abalada. A tia que hospeda o casal, Aurora, afirmou que o garoto evita falar sobre o caso e que estava chorando quando foi encontrado pelos pais. "Ela [Cristina] chegou aqui chorando, com o marido. Eu voltei [ao restaurante] com ela para saber o que houve e um funcionário admitiu que havia colocado o menino para fora."


O casal espanhol fez um boletim de ocorrência no 36º Distrito Policial, na Vila Mariana, ainda na sexta (30). O caso foi registrado como constrangimento ilegal, mas a polícia investiga a hipótese de racismo. A mãe já foi ouvida pelos policiais.


O advogado do Restaurante N.P. reconhece que o dono do estabelecimento abordou a criança, mas nega que tenha havido racismo. "Ele [o dono] se dirigiu ao garoto e ele não respondeu. Ele imaginou que fosse mais um dos meninos de rua da feira, e a criança saiu do local espontaneamente. Em hipótese alguma houve racismo", disse.


Funcionários do restaurante ouvidos pelo G1 confirmam que o dono do local colocou o garoto para fora do estabelecimento.

Palavras-chave: Casal espanhol; Racismo; Restaurante; Dono do estabelecimento

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7 Comentários

Tô de Olho Dedo-Duro04/01/2012 0:44 Responder

No Brasil, essencialmente negro, há, infelizmente, muitos brasileiros de alma mais negra ainda. O dono do estabelecimento, do alto de sua ignorância e falta de postura cidadã e humana, agiu de forma indigna com uma criança, julgando-a pela cor de sua pele. Um Advogado que diz defender o preconceituoso cidadão, não deveria ser tão ambíguo como foi, dizendo ao mesmo tempo que o homem o confundiu com um garoto de rua e ao mesmo tempo, considerou-o não-racista. Aliás, penso que esse N. P. (pena que seu nome não tenha sido divulgado) nem brasileiro seja. É provável que seja mais um estrangeiro que se arrumou por aqui, graças à grandeza da cordialidade brasileira.

Adão Aguiar Advogado 04/01/2012 18:50

Veja o nome do restaurante em: http://www.alagoinhasnoticias.com.br/brasil/garoto-negro-e-expulso-de-restaurante-e-a-familia-acusa-o-proprietario-de-racismo/

José Paulo Weide advogado04/01/2012 11:56 Responder

Que cuidado que este casal tem com o filho em país estrangeiro, hein? Só foram se dar conta quando o guri de 6 anos de idade já estava a uma quadra de distância, depois de ter sido abordado pelo dono do local... Para ele ter interpelado um menino de 6 anos, só pode ser muito comum que alguns desses entrem no restaurante e abordem os clientes ou dêem uma de trombadinhas... Pode ter sido exagero ou mesmo atitude racista do cara, mas repito, pior são os pais deixando um menino de 6 anos sozinho e sem vigilância em um país estrangeiro.

HELIO SANCHES EMPRESARIO04/01/2012 14:13 Responder

É LAMENTAVEL QUE O DELEGADO TENHA INICIADO A INVESTIGAGAÇÃO POR CONSTRANGIMENTO ILEGAL, QUE A PENA PRESCREVE LOGO, SENDO QUE O CRIME É PATENTE QUE É DE RASCISMO E NÃO PRESCRITIVEL, SEJA PELO MAUS TRATOS AO GAROTO, OU SEJA ATÉ MESMO PELA LAMENTAVEL VERSÃO DO ADVOGADO OU SEJA QUE FOSSE UM GAROTO DE RUA. QUER DIZER QUE UM GAROTO DE RUA PODE SER ENXOTADO DE UM RESTAURANTE DE LUXO, QUANDO QUER APENAS UM SIMPLES PRATO DE COMIDA, COM CERTEZA DEPOIS DESTA NOTICIA EVITAREI IR COM MEU FILHO EM RESTAURANTES DESTA REGIÃO JÁ QUE NÃO SEI QUAL O FOI, NÃO VOU QUERER COMER MAIS NESTES RESTAUURANTES.

nelson advogado.04/01/2012 21:49 Responder

Caro Dr. Paulo. Nao importa se o garoto estava só ou acompanhado, tal situaçao em nada ameniza a conduta do funcionario do restaurante. Se seu filho , embora tendo seis anos, entra num estabelecimento comercial, o mínimo que se espera deste estabelecimento é o reconhecimento de seus direitos de cidação , mas jamais tratá-lo com atitude preconceituosa e racista. mesmo se fosse um menino de rua, se ele tivesse um motivo para estar ali, o ECA proibe qualquer atitude que coloque em risco uma criança.

Raymundo adminsitrador de empresas05/01/2012 2:20 Responder

A posstura do delegado, mostra claramente, como age a justiça deste nosso país em relação à classe menos abastada. Digo isso, por considerar a cor do menino que foi expulso do Restaurante pelo proprietário e, o delegado ter considerado o caso como registrado como constrangimento ilegal. Se o garoto não fosse filho de pais estrangeiros, com certeza este delegado iria prender o s pais do mesmo, alegando que o garoto era um \\\"pivete\\\" e tinha sido pego numa tentiva de furto e, para dar mais verossimidade no caso, diria que ele estava armado de uma pistola de grosso calibre para assaltar os clientes do Restaurante.

Hélio advogado05/01/2012 3:00 Responder

Veja o nome do restaurante. Pelo menos qual deve ser: http://www.emsampa.com.br/rb_29.htm

Leopoldo Luz advogado05/01/2012 11:13 Responder

A conduta do agente, ainda que reprovável, não é de racismo! Quando, se houver processo, assim for, obviamente, decidido, vão dizer que o juiz é venal, que protege os poderosos e coisas do gênero, como já se comenta nessa seção, sobre o delegado.

Alexandre Augusto sua profissão 16/01/2012 18:16

Leopoldo, acredito que voce não saiba o que e racismo deve ser um branco, que coloca opniões absurda como esta.

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