Alunos da UnB terão que pagar indenização por danos morais a professora

Foram publicadas nos corredores da Faculdade de Farmácia várias declarações escritas, cujo conteúdo ofendia sua honra e imagem perante o meio acadêmico. O colegiado considerou que as manifestações "transbordaram a esfera do direito constitucional da liberdade de expressão, atingindo a honra da docente"

Fonte: TJDFT

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A 3ª Turma Cível do TJDFT manteve, em grau de recurso, a condenação de dezessete alunos da UnB na obrigação de indenizar uma professora ofendida em manifesto publicado na Faculdade de Farmácia e na Internet. O valor da indenização, arbitrado em R$12 mil pela juíza da 2ª Vara Cível de Brasília, foi reduzido para R$ 8.500,00. A decisão foi unânime.


A autora conta que é professora adjunta da cadeira de Tecnologia Farmacêutica da Universidade de Brasília e que no início do ano letivo de 2005 assumiu a turma do 7º semestre do Curso de Farmácia. Que ao final do semestre, os dezessete alunos realizaram uma manifestação contra inúmeros professores do curso, inclusive contra ela. Foram publicadas nos corredores da Faculdade de Farmácia várias declarações escritas, cujo conteúdo ofendia sua honra e imagem perante o meio acadêmico. Pediu indenização de 12 mil reais pelos danos morais sofridos, o que foi concedido pela juíza da 2ª Vara Cível de Brasília.


No recurso contra a condenação de 1ª Instância, os alunos alegaram que o manifesto não se direcionou à pessoa da autora e que estavam amparados pelo direito de livre expressão do pensamento, garantido constitucionalmente. Além disso, afirmaram que, por se tratar de professora, a autora está sujeita a críticas. Segundo eles, não houve ofensa a direitos da personalidade nem intenção de ofender a demandante. Pediram a redução do valor arbitrado pela juíza de 1º grau.


Ao manter a condenação, o colegiado considerou que as manifestações "transbordaram a esfera do direito constitucional da liberdade de expressão, atingindo a honra da docente". De acordo com o relator do recurso, o manifesto não se trata de mero dissabor característico do convívio acadêmico, mas de desrespeito à moral da apelada.


Alguns trechos escritos pelos alunos nos corredores da faculdade foram destacados pelos desembargadores: "Todos os seminários apresentados pelos alunos foram melhores do que a melhor aula dela"; "(...) Que universidade é essa que tem no quadro de professores quase ignorantes no assunto ministrando aulas??? Pior, existe uma 'suposta' seleção de candidatos a vaga para professor adjunto. Mas quais foram os professores do quadro que aceitaram a prof. Mônica como nova adjunta??? Será que a falta de profissionais capacitados é tão grande???(...).


Para a Turma, não houve responsabilidade e prudência no manifesto elaborado pelos alunos da Faculdade de Farmácia, que sequer recorreram às vias administrativas para resolver questões eminentemente acadêmicas, daí a incidência do dano moral.


Não cabe mais recurso da decisão ao TJDFT.

Palavras-chave: Manifestação; Indenização; Professora; Honra; Indenização; Alunos

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2 Comentários

Izaldil Tavares de Castro professor04/02/2011 12:18 Responder

Excelente resultado a condenação desses alunos. Deveriam eles, antes de se pretenderem profissionais, aprender um pouco de civilidade, bom senso e respeito, sobretudo. Se havia divergência com relação à Mestra, procurassem a solução por meio de um diálogo. Vivemos a época da agressão e da estupidez até nos meios eruditos da sociedade; que dirá na sociedade geral! A indenização foi pequena. Quem paga o prejuízo de que eu e outros estranhos saibamos do ocorrido?

Antonio de Assis Nogueira Júnior Servidor Publico04/02/2011 21:47 Responder

São Paulo, 04 de fevereiro de 2011. Senhor Diretor: A época atual, agravada pelo governo do PT (ainda teremos mais quatro anos), é de estupidez plena e irrestrita, infelizmente. A característica fundamental da democracia é e será sempre o exercício do diálogo. Esquecido diálogo. A professora foi covardemente insultada. A indenização, como sempre, irrisório. Ou seja, vale a pena ofender e insultar pelo nosso Judiciário. Às vezes acho que alguns juízes estão divorciados da realidade, outras vezes acho que sou injusto com os magistrados. Eles PENSAM DEMAIS. E quem pensa muito e sempre sobre os mesmos problemas acaba pensando muito mal e sempre... É preciso dar um basta para indenizações irrisórias! Por ora basta. Respeitosamente, Antonio de Assis Nogueira Júnior Servidor Publico

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