55% das pessoas são contra união estável gay, diz pesquisa do Ibope

Levantamento aponta que 63% dos homens são contra decisão do STF. Entre as mulheres, 80% não se afastariam dos amigos homossexuais

Fonte: G1

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Mais da metade da população brasileira é contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizou a união estável para casais do mesmo sexo, de acordo com pesquisa nacional do Ibope, realizada entre os dias 14 e 18 de julho. De acordo com o levantamento, 55% dos brasileiros são contrários à decisão e 45% são favoráveis.


O instituto informou ter feito 2.002 entrevistas domiciliares em 142 municípios do país, ouvindo pessoas com 16 anos ou mais. A margem de erro é de dois pontos percentuais


Segundo o Ibope, as mulheres são as que menos se incomodam com o tema, seguidas dos mais jovens, dos mais escolarizados e das classes mais altas. A população do Norte, Centro-Oeste e Nordeste do país é a que mais apresenta resistência sobre o assunto, 60% são contrários à decisão do STF. No Sudeste, o índice cai para 51%.


Os dados apresentados pela pesquisa mostram que o brasileiro não tem restrições em lidar com homossexuais no seu cotidiano, como profissionais ou amigos que se assumam homossexuais. Mas a população ainda se mostra resistente a medidas que possam denotar algum tipo de apoio da sociedade a essa questão, como a união estável ou o direto à adoção de crianças.


O levantamento também aponta que 63% dos homens são contra a decisão do STF, enquanto apenas 48% das mulheres são da mesma opinião. Entre os jovens de 16 a 24 anos, 60% são favoráveis. Já os maiores de 50 anos são majoritariamente contrários (73%). Entre as pessoas com formação até a quarta série do ensino fundamental, 68% são contrários. Na parcela da população com nível superior, apenas 40% não são favoráveis à medida.


Sobre a aprovação à adoção de crianças por casais do mesmo sexo, os resultados seguem a mesma tendência, segundo o instituto. A pesquisa aponta que 55% dos brasileiros se declaram contrários. Entre os homens, o indicador é mais alto, com 62% de opositores. O mesmo ocorre entre as pessoas com mais de 50 anos (70%). Entre os brasileiros com escolaridade até a quarta série do ensino fundamental, 67% são contra. Outros 60% se declaram contrários no Nordeste, 57% no Norte e no Centro-Oeste, 55% no Sul e 52% no Sudeste.


Para 73% dos pesquisados, a revelação de que suas amizades são homossexuais não interferiria em nada no relacionamento. Outros 24% disseram que afastariam muito ou pouco e 2% não souberam responder. Embora com menor intensidade, o mesmo padrão de opinião nas respostas anteriores se repete no comparativo por faixa etária, nível de escolaridade, sexo e região do país.


Entre as mulheres, 80% não se afastariam dos amigos homossexuais. Entre jovens de 16 a 24 anos, 81%  não se afastariam e 85% das pessoas com nível superior de escolaridade também defendem que não haveria mudança na amizade. No Sudeste, 79% das pessoas disseram que não se afastariam. No Norte e Centro-Oeste, 72% têm a mesma opinião. No Sul, são 70% e, no Nordeste, 66%.


Médicos, policiais e professores


O instituto questionou a aceitação da população para homossexuais que trabalharem como médicos no serviço público, policiais ou professores de ensino fundamental. Apenas 14% se disseram total ou parcialmente contra trabalharem como médicos, 24% como policiais e 22% como professores. A parcela dos brasileiros que são parcial ou totalmente favoráveis é de 84% para o caso de médicos, 74% para policiais e 76% para professores.


O levantamento aponta ainda que há maior tolerância entre as pessoas cuja religião foi classificada na categoria “outras religiões”, onde 60% são favoráveis à decisão do STF. Entre os católicos e ateus ouvidos há divisão de opiniões, com 50% e 51% de aprovação, respectivamente. Entre os protestantes e evangélicos, 23% se dizem favoráveis à iniciativa do STF.

Palavras-chave: SFT; União Estável; Homossexuais; Direito; Ibope; Pesquisa

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4 Comentários

david lopes advogado29/07/2011 14:16 Responder

infelizmente esta pesquisa reflete a realidade brasileira composta em sua maioria de pessoas pobres, evangélicas e semi-analfabetas. A união deste fatores, que são intrisecos entre si, um complementa o outro, dão vazão a este quadro de preconceito e ignorancia contra gays. apenas pessoas incultas é que se mostram contrárias a união homoafetiva. Fica eviedente pela pesquisa que pessoas mais letradas, cultas ou com posição social melhor são favoráveis à união. portanto, o que se deve contestar é o numero alarmante de pessoas em situaçãoes tão precrárias que perpetuam esta homofobia tão vil. leva ainda a pesquisa a seguinte indagação: será que a pobreza e o analfabetismo leva ao evangelismo ou será que o evangelismo apenas perpetua esta situação? de qualquer modo, fica evidente que o problema não é tratar se é certo ou errado a união homoafetiva, vista esta estar de acordo com a constituição federal, onde todos são iguais perante a lei, fato reconhecido facilmente por quem tem um mínimo de estudo e de situação financeira favoral. ao contrário, é em virtude da pobreza, das religiões evangélicas e do analfabetismo que esta ignorância e preconceito se perpetua em nosso país. precisamos dar um fim a estes três fatores tão negativos para o progresso de nosso país: chega de pobreza, de analfabetismo e fanatismo religioso cristão!!!

Edson Guimarães Administrador/ Analista de Sistemas / Estudante29/07/2011 14:38 Responder

Prezado David, Discordo de sua interpretação. A pesquisa mostra o quanto a sociedade é conservadora. Apesar da absurda campanha que a globo faz descaradamente, inclusive ferindo a CRFB, no seu Art 221, IV , ao contrário do que o sr. afirma, embora sem cultura, pobre, manipulado políticamente por esta mesma mídia, seus valores fundamentais de família se mantiveram firmes. Não se trata de fanatismo religioso, se trata de princípios da moral e dos bons costumes que estão sim, enraizados na sociedade brasileira, que certamente não são princípios somente de religiosos, pobres ou incultos. Francamente, para uma pessoa que, a princípio, supõe-se culta não se pode admitir escrever tanta besteira. Sds, Edson

Andréa Correia Estudante 29/07/2011 19:18

Concordo com você Edson!!!!!!!!!!

wilma advogada30/07/2011 19:16 Responder

Não sei o que é pior a afirmação de que a Constituição Federal protege, ampara esse tipo de UNIÃO ou o fato de alguns jornalistas entenderem e batizarem como CASAIS A UNIÃO ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO! a exemplo do Autor da notícia em comento. Já por inúmeras oportunidades nos manifestamos sobre esse êrro crasso, não só contra o nosso idioma como a tecnologia jurídica. Porisso me omito em repetir minhas argumentações , baseadas em leis Quanto ao mais me coloco de acordo com o entendimento do colega Edson. PASMEM OS CÉUS! qUANTO

Leopoldo Luz advogado31/07/2011 21:41 Responder

Pesquisa do IBOPE revela(ria): 0,0000055% dos brasileiros são ministros do STF. Defender direitos individuais é isso mesmo: proteger a minoria em face do preconceito e da discriminação da maioria. Quanto mais gente contra, tanto mais a proteção se justifica. O STF cumpriu, e muito bem, sua missão constitucional.

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