Cavalo de pau na economia brasileira
Por Gisele Leite.
Depois de quase seis anos, o Banco Central do Brasil majorou a taxa de juros básica para 2,75%. A Selic, desde 2015, mantinha-se estável, mas alcançou um patamar histórico: 2%.
Tal aumento foi maior que o esperado pela maioria dos analistas, porém, apesar disso, o Conselho de Política Monetária do Banco Central foi unânime, afirmando que aumentará em mais 0,75 em seu próximo encontro, no caso de a economia permanecer no curso catastrófico que está seguindo.
E, apenas acompanhando o prognóstico, daqui há pouco mais de um mês e meio a Selic poderá chegar a 3,5% ao ano. Há quem projete que a taxa alcançará 4,5% até o fim de 2021. A maior finalidade dessa alta da Selic é para que os dólares voltem a entrar no país e os preços, possam ser pressionados a cair.
Os economistas balizados advertem que o risco da inflação ficar acima do teto da meta deste ano de 3,75%, com tolerância de 1,5% para cima e para depreciado, algumas estimativas já ficam em torno de cinco a seis por cento.
O resultado da economia brasileira é resultante da falta de gestão governamental da pandemia, a projeção da inflação está na ordem de quase cinco por cento. Enfim, a majoração da Selic posiciona o país como um dos primeiros países integrantes do G20 a aumentar sua taxa de juros.
Justamente na contramão das maiores economias mundiais, quando o FED (banco central norte-americano) decidiu manter suas taxas próximas a zero até 2023. Enfim, demos um cavalo de pau na contramão da economia.
De fato, a pandemia de coronavírus derrubou a economia global em 2020 e, nosso país não permaneceu imune aos abalos produzidos principalmente em função de restrições impostas à atividade econômica, pela queda vertiginosa na renda das famílias e, ainda, pelos adiamentos de investimentos e projetos empresariais e pessoais.
A dívida bruta do setor público, que no final do ano passado estava em 75,8% do PIB (Produto Interno Bruto), superou em 2020 a marca inédita 90% do PIB.
E, tende a continuar em trajetória de alta diante da perspectiva de recuperação lenta da economia e incertezas sobre a aprovação de reformas estruturais. Segundo a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), a América Latina sofrerá a pior crise social em décadas e a economia do Brasil encolherá em 5,2% por causa da pandemia.
Haja coração! Se não morrermos do coronavírus, morreremos de ataque cardíaco...