Violência no Rio: Autoridades se posicionam

MPRJ esclarece sua atuação no combate à violência que atinge o Rio. OAB defende o uso da Força Nacional

Fonte: Jornal Jurid

Comentários: (1)




Membros do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) têm participado de mesas redondas, debates e programas de entrevista nos meios de comunicação para esclarecer a população sobre o papel fundamental da Instituição frente aos últimos episódios de violência que atingem o Rio. As ondas de violência na Região Metropolitana começaram no dia 21 de outubro, quando bandidos promoveram arrastões e queimaram veículos.


Em entrevista para a Globo News, o Chefe de Gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça e ex-secretário de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, falou sobre os ataques no Rio e as operações policiais que tem sido feitas. “O problema de Segurança Pública é da União, dos Estados e dos Municípios. Neste momento, temos que estar debruçados, fazendo um planejamento não só para os casos emergenciais, mas para a segurança como um todo”, afirmou Astério.


Também foi entrevistado o Promotor Alberto Flores Camargo, que atua junto ao IV Tribunal do Júri da Capital. Ele falou à Globo News sobre o comando dos ataques pelos traficantes que estão em presídio de segurança máxima.


Já o Titular da 30ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos, Promotor de Justiça Sauvei Lai, também em entrevista à Globo News, destacou que o MPRJ atuará com vigor, ao lado das autoridades, respeitando a lei.


Marcelo Muniz, da 2ª Promotoria de Justiça junto ao IV Tribunal do Júri da Capital, abordou, em entrevista à TV Record, as formas de prevenir as ondas de ataque que aterrorizam o Rio, e a Titular da 4ª Promotoria de Justiça Junto à Vara de Execução Penal, Promotora Maria da Glória Gama Figueiredo, explicou aos jornais O Dia e O Globo as medidas tomadas pelo MP para a transferência de presos perigosos do Rio para presídios federais.

 

Posicionamento da OAB sobre o uso da Força Nacional


O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, defendeu o envio das tropas da Força Nacional de Segurança ao Rio de Janeiro para combater os ataques que estão sendo realizados desde o dia 21 de outubro e dar proteção à população carioca.


De acordo com Ophir, num momento de crise, o governo local deve usar todos os recursos disponíveis para dar proteção aos cidadãos. “Independente da farda, se é Polícia Militar, Federal, Força de Segurança, a população quer proteção e o governo deve usar os auxílios disponíveis”, afirma.


“Uma eventual ida da Polícia Federal e da Força Nacional não diminui os elogios que devem ser feitos ao governador, mas ele pode perder o trabalho se não der um passou ousado, que é a articulação com o governo Federal para ter mais recursos à sua disposição. O momento requer o conjunto de esforços”, disse.

 

Cronologia dos ataques segundo o G1

 

Domingo, 21
Primeiro ataque registrado. Seis homens armados de fuzis incendiaram dois carros na Linha Vermelha, no início da tarde. Os criminosos ainda dispararam várias vezes contra um carro da Aeronáutica. Ninguém se feriu. O ataque ocorreu na via expressa, no acesso a Duque de Caxias. À noite, outros dois ataques foram registrados em Laranjeiras e na Pavuna.


Segunda, 22
Uma cabine da Polícia Militar foi atacada na noite de segunda-feira (22), na Avenida Dom Hélder Câmara, na altura de Del Castilho, no subúrbio da cidade. Dois carros foram roubados e outros dois incendiados durante um arrastão na Rodovia Presidente Dutra, na altura da Pavuna. No decorrer do dia, o governo do Rio de Janeiro aumentou o patrulhamento da PM e atribuiu os arrastões a um grupo 'pequeno' de facção criminosa.


Terça, 23
As operações da Polícia Militar em cerca de 20 favelas, utilizaram um efetivo de pelo menos 13 batalhões. À tarde, dois policiais do Grupamento de Polícia Ferroviária (GPFer) foram atacados por criminosos, à tarde, na estação de trem de Senador Camará, na Zona Oeste da cidade. Ninguém ficou ferido. Também durante a tarde, dois carros do 16º BPM (Olaria) foram atacados por criminosos na Penha, no subúrbio do Rio. A PM confirmou que oito homens foram presos, e outros dois, mortos, durante as operações.


Quarta, 24
Durante o dia, segundo a Polícia Militar, 15 suspeitos foram mortos, 31 presos e 2 policiais ficaram feridos; várias armas e drogas foram apreendidas. Até o fim da noite, o total de veículos incendiados no estado chegou a 28 desde a noite de terça (23), sendo 17 carros, 8 ônibus, duas vans e um caminhão. Em entrevista ao Jornal Nacional, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, confirmou o pedido de apoio à Marinha do Brasil. O governador ressaltou que a Marinha não teria atuação direta no combate às ações violentas no Rio, mas sim logístico.


Quinta, 25
O avião da Polícia Federal com presos pousou no início da madrugada em Cascavel (PR). No final da manhã, teve início uma megaoperação do Bope na região das favelas na Penha, subúrbio do Rio, com seis veículos blindados da Marinha e dois caminhões. Durante a tarde, 350 policiais tomaram o controle da Vila Cruzeiro, provocando a fuga em massa de suspeitos da comunidade. 31 veículos foram atacados (13 carros, duas vans, 11 ônibus, duas motos, dois caminhões e um micro-ônibus) e 25 pessoas morreram.


Sexta, 26
Durante a noite, a Polícia Civil prende Márcia Gama Nepomuceno, mulher do traficante Marcinho VP, que teria ordenado os ataques orquestrados. Cerca de 800 soldados do Exército são mandados ao conjunto de favelas do Alemão e à Vila Cruzeiro. Na Vila Cruzeiro, três são mortos em confronto. Nas favelas do Alemão, ao menos cinco pessoas ficaram feridas até a noite, entre elas um fotógrafo da Reuters. Oito presos são transferidos para presídios federais. Em visita à Guiana, o presidente Lula garante total apoio do governo às autoridades do Rio. Pelo Twitter, a presidente eleita Dilma Rousseff posta mensagem de apoio ao governador Sérgio Cabral. Segundo a PM, desde domingo foram registrados 96 veículos incendiados, 48 armas, 8 granadas apreendidas. O número de presos é 196 .


Sábado, 27
Houve intensa troca de tiros em diversos momentos do dia e da noite no Conjunto de Favelas do Alemão, na Penha, Zona Norte. Até a noite, a Polícia Militar tinha confirmado 35 mortos na operação. Durante a tarde, veículos blindados avançaram à entrada do Alemão e mais de 30 suspeitos foram detidos. Apontado pela polícia como segurança do maior chefe do tráfico do Alemão, Edson Souza Barreto, conhecido como Piloto, foi preso. Diego Raimundo Silva Santos, o Mister M, se entregou à polícia. O dez homens detidos por envolvimento nos ataques desta semana chegaram ao presídio federal de segurança máxima de Catanduvas. Pouco antes das 17h, um helicóptero da Polícia Civil foi alvo de tiros de traficantes. O prazo para que os criminosos se entregassem terminou no fim do dia. Em nota, o governador Sérgio Cabral reafirmou seu compromisso de não recuar e pacificar todas as comunidades do Rio.
 


Domingo, 28
Começa às 8h a ocupação do Alemão pela Rua Joaquim de Queiroz, a partir da Estrada de Itararé. Cerca de 2.600 homens participam da operação, com helicópteros e veículos blindados. A entrada das equipes foi marcada por uma grande troca de tiros. Às 8h25, agentes chegam à região conhecida como Areal, no centro do Conjunto do Alemão. O comandante-geral da Polícia Militar, Mário Sérgio Duarte, anuncia vitória às 9h20. Nas incursões, os policiais apreendem grande quantidade de drogas e armas. A Estrada do Itararé é parcialmente liberada para o tráfego de veículos. O coronel Lima Castro, Relações Públicas da PM, afirma que a varredura no Alemão pode durar dias. Cerca de 200 criminosos ainda podem estar no local.

 


 

Palavras-chave: Rio de Janeiro Ataques Violência MPRJ OAB

Deixe o seu comentário. Participe!

noticias/violencia-no-rio-autoridades-se-posicionam

1 Comentários

LAURO FARIA MATOS JUNIOR Delegado Geral de Policia30/11/2010 2:33 Responder

Acompanhei toda movimentação, desde os primeiros incêndios, pela televisão. O governo já deveria ter-se movimentado há muito tempo, eis que foi presidente da Assembléia e teve a oportunidade. Mas, acabou fazendo um bom desfecho. Gostei muito da atuação do ENTROSAMENTO das polícias com as forças federais. Só lamento que mataram poucos traficantes...LAURO/MG

Conheça os produtos da Jurid