Por unanimidade, os três desembargadores da 4ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo decidiram nesta quinta-feira manter o bloqueio de bens do ex-prefeito Paulo Maluf (PP) e de outras 36 pessoas físicas e jurídicas ligadas a ele, incluindo sua mulher, filhos, genros e noras. Promotores que investigam denúncias contra Maluf estimam que na sua gestão, entre 1993 e 1996, teriam sido desviados da Prefeitura de São Paulo R$ 5 bilhões.

Os promotores querem que Maluf devolva o dinheiro aos cofres públicos. O advogado do ex-prefeito, Ricardo Tosto, disse que irá recorrer da decisão, mas não deu detalhes da defesa.

O voto do presidente da 4ª Cârama, também relator do processo, Soares Lima, foi acompanhado pelos desembargadores Jô Tatsumi e Ferreira Rodrigues. Eles derrubaram ainda outro pedido dos advogados de defesa, que entendiam que o TJ não seria o foro adequado para julgar o caso.

Em outubro do ano passado, a juíza da 4ª Vara da Fazenda Pública, Renata Okida, aceitou pedido do Ministério Público e determinou imediatamente o bloqueio de bens de Maluf. Um mês depois, os advogados de Maluf entraram com pedido de suspensão dos bloqueios e ontem o Tribunal de Justiça analisou o mérito dos argumentos da defesa.

O MP começou a investigar o ex-prefeito em 2001, logo depois de ter sido descobertos indícios de que Maluf teria ao menos US$ 200 milhões em contas bancárias nas ilhas Jersey, paraíso fiscal na região do canal da Mancha.O dinheiro teria sido desviado por Maluf de construções de obras públicas em São Paulo, como o túnel Ayrton Senna e a avenida Águas Espraiadas, que atualmente leva o nome de avenida Roberto Marinho.