Sociedade desprotegida

Sandra Mara Devincenzi da Silveira da Silva, Socióloga, Jornalista (DRT/RS 13.573), acadêmica de Direito. E-mail: sandrasilva33@yahoo.com.br

Fonte: Sandra Mara Devincenzi da Silveira da Silva

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Sandra Mara Devincenzi da Silveira da Silva ( * )

Camaçari, na Bahia, tem hoje um PIB de 15,9 bilhões, conquistados depois da instalação da Ford que era para estar aqui no Rio Grande nos tirando do atoleiro.

Gente ligada à empresa deixou registrada uma frase que chicoteia: "O Rio Grande do Sul vai chorar lágrimas de fel por ter sido tão intolerante conosco".

Havia, na época, oitocentos milhões depositados no Banrisul os quais poderiam ter sido destinados como suporte para a infra-estrutura da implantação da fábrica. Foram usados para pagar a folha do funcionalismo em dia. Meritório se olharmos para os minguados salários do funcionalismo estadual, mas o dinheiro acabou e hoje esses mesmos funcionários amargam o salário pago em parcelas. Se na época tivessem tido visão de futuro teriam se colocado a favor da instalação da montadora e certamente hoje estariam com salários integrais e com valores mais condizentes com a realidade. Optaram por seguir uma idéia mesquinha e ultrapassada. Agora é tarde. Inês é morta! Apesar de o presidente Luis Inácio (PT) ter comparecido recentemente a Camaçari para prestigiar o lançamento do primeiro milhão de carros produzidos pela Ford.

Não se culpem os funcionários por sua adesão às idéias vetustas que impediram a instalação da Ford e suas empresas sistemistas porque na verdade o interesse era de toda a sociedade gaúcha que de certa forma aceitou placidamente a perda. Poderia ter se manifestado favoravelmente com fervor. Não o fez. Deixou escapar o benefício. Agora paga o custo. Sirva o exemplo para outras incursões transloucadas.

No Brasil - como em outras nações - há diversas condecorações que são outorgadas a pessoas que desenvolvem ações em favor da Pátria e da humanidade nas mais variadas áreas. Uma delas é o Grande Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, herdeira da Ordem Imperial do Cruzeiro, condecoração dada ao pavilhão nacional usado por um Batalhão de Engenheiros após o êxito e heroísmo do episódio conhecido como "Fosso de Mallet" durante a batalha de Tuiuti. A outra condecoração do Grande Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul está incrustada no timão do navio que foi comandado pelo Almirante Tamandaré também na guerra do Paraguai e pode ser vista no Museu Histórico Nacional.

A alta condecoração brasileira agora foi entregue a uma personagem latino-americana e que nos tem de certa forma ridicularizado. Em 14 de dezembro o presidente Luis Inácio conferiu ao senhor Juan Evo Morales Ayma, presidente da República da Bolívia o Grande Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, autoridade antes conhecida como deputado cocalero por defender o plantio de coca, planta cuja manipulação química resulta na malfadada cocaína, droga largamente vendida e consumida em todo o mundo e que entre nós tem sido a responsável por elevados índices de violência e destruição especialmente no Rio de Janeiro.

As relações entre os povos e seus governos merecem atos de fidalguia, todavia não se precisa chegar ao ponto de aplaudir o algoz a cada golpe que aplica.


Notas:

* Sandra Mara Devincenzi da Silveira da Silva, Socióloga, Jornalista (DRT/RS 13.573), acadêmica de Direito. E-mail: sandrasilva33@yahoo.com.br [ Voltar ]

Palavras-chave: Sociedade

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