Alvo de denúncias de corrupção e investigado pelo Ministério Público, pelo Tribunal de Contas da União e pelo Supremo Tribunal Federal, o senador Luiz Otávio (PMDB-PA) foi eleito ontem, por unanimidade, presidente da poderosa Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Ele é suspeito do desvio de R$ 12 milhões do BNDES repassados, em 1992, para a construção de 13 balsas no Pará. Segundo denúncia da Procuradoria Geral da República, porém, as balsas nunca foram construídas.

Na época, o hoje senador era diretor da empresa que deveria construir as balsas, de propriedade de seu sogro.

Foi a CAE que o indicou, em 2003, para ocupar uma vaga de ministro do TCU. Seu nome foi aprovado pelos senadores em junho de 2004, mas, diante dos protestos, a proposta ainda está parada na Câmara.

Na posse, o senador fez um rápido discurso e afirmou que continuará o trabalho de Ramez Tebet (PMDB-MS).

? Serei um intransigente defensor da instituição Senado e do Legislativo ? disse.

Na presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante do Senado, foi empossado Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que renunciou em 2001 após o escândalo da violação do painel do Senado. Os presidentes do STF, Nelson Jobim, e do Superior Tribunal de Justiça, Edson Vidigal, prestigiaram a sessão.

Antonio Carlos vai comandar a análise de todos os projetos que chegam ao Senado. O senador pretende selecionar os mais de 1.500 projetos que tramitam na comissão. Ou vão para o arquivo ou serão votados, prometeu:

? Vamos dar agilidade ao processo ? disse, anunciando que a regulamentação da reforma do Judiciário será uma prioridade.

Também foram eleitos ontem presidentes de comissão os senadores Tasso Jereissati (Desenvolvimento Regional), Cristovam Buarque (Relações Exteriores), Leomar Quintanilha (Fiscalização e Controle), Antonio Carlos Valadares (Assuntos Sociais), Sérgio Guerra (Agricultura e reforma Agrária) e Hélio Costa (Educação).