Rio decide, por decreto, que autoria do Cristo é de brasileiro
Polêmica em torno da autoria do Cristo é antiga
A partir de hoje o Cristo Redentor é, por decreto, obra do engenheiro Heitor da Silva Costa, morto em 1947. A decisão foi tomada pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, em homenagem aos 80 anos do monumento, que faz aniversário amanhã.
"Fizemos uma vasta pesquisa, analisamos todo o material e ficou claro que a autoria é do Heitor", disse Paes, que vê no ato um reconhecimento histórico do papel do engenheiro.
A polêmica em torno da autoria do Cristo é antiga e opõe a família do escultor francês Paul Landowski, morto em 1961 e responsável pelo desenho das mãos e do rosto do monumento, à família de Costa, responsável pela construção, e a arquidiocese do Rio, que detém os direitos de propriedade da imagem.
Na prática, a medida do prefeito tem efeito apenas sobre os registros históricos. Não tem poder de decidir a disputa judicial entre as duas famílias. Bisneta do engenheiro, a cineasta Bel Noronha vê o decreto como um passo importante. "O posicionamento da prefeitura sacramenta todo o trabalho de pesquisa", diz.
Representante da família Landowski, Fréderic Jerôme disse à Folha que a disputa visa o reconhecimento do francês como criador da estátua.