Relatório da ONU generaliza dados do Poder Judiciário

Fonte: Notícias do Tribunal Superior do Trabalho

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Caso o relator da ONU (Organização das Nações Unidas) tivesse ampliado seu universo de pesquisa sobre o Judiciário brasileiro teria a oportunidade de comprovar que também há, na Justiça do Brasil, exemplos que se contrapõem a algumas conclusões do relatório. Para o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Vantuil Abdala, a avaliação do argentino Leandro Despouy ? que classificou o Judiciário do País de lento, pouco acessível à população carente e tendente ao nepotismo ? não reflete, quanto a muitos aspectos, a realidade da justiça brasileira, especialmente a da Justiça do Trabalho.

Uma das conclusões do relatório, divulgado ontem na sede da ONU, em Genebra, é a de que por razões sociais, econômicas e culturais a população brasileira mais carente não tem acesso à prestação judicial ou a recebe de maneira discriminatória. Segundo o ministro Vantuil Abdala, essa não é a situação na Justiça do Trabalho, pois o trabalhador sequer necessita contratar advogado para buscar um direito na Justiça, não paga custas e não tem qualquer outra despesa. A informalidade de ritos também contribui para que o trabalhador sinta-se mais à vontade diante de um juiz do Trabalho, observou.

Desde 2000, causas trabalhistas de valor igual ou inferior a 40 salários-mínimos são submetidas a um procedimento simplificado que possibilita tramitação e desfechos mais rápidos. É o chamado ?rito sumaríssimo?. No primeiro ano de vigência do rito sumarísssimo, foram julgadas 366.684 ações deste tipo. No ano seguinte, o número dobrou (708.973). Em 2002 e 2003, foram solucionadas, respectivamente, 800.218 e 743.404 ações pelo rito sumaríssimo.

Sob o rito sumaríssimo, cerca de 40% das reclamações trabalhistas são solucionadas no prazo máximo de 15 dias, em audiência única, ou 30 dias, quando houver interrupção da audiência. O ministro Vantuil Abdala está se empenhando para elevar de 40 para 60 salários-mínimos o limite do valor dos processos que tramitam sob esse rito.

Quanto ao nepotismo, o presidente do TST ressalta que o Judiciário é o único dos três Poderes da União no qual é proibida , por lei, a nomeação de parentes para ocupar cargos de confiança (cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro grau). Trata-se da Lei nº 9.421, de 1996. O relatório da ONU aponta que a justiça brasileira tem tendência a praticar nepotismo.

Para o presidente do TST, é preciso analisar com cautela as conclusões de relatórios como esse, nos quais organismos internacionais investem contra instituições da área da Justiça no Brasil, fazendo críticas muitas vezes ?apressadas e indevidamente generalizadas?.

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2 Comentários

F.C.Pires aposentado05/04/2005 23:20 Responder

Dr. Vantuil Abdala nos Tribunais Federais do Trabalho, bem podem receber o cidadão comum, assim como Vossassenhoria está noticinado, o que acho ser uma atitude de maior grandeza - mas cá para essa região é tudo indiferente. Aqui na nossa Justiça Federal, para o cidadão ter acesso ao Juiz da vara, é preciso ser aconpanhado de um Advogado, caso contrário não conseguirá ! e os "advogados" são ocupados demais, e quando solicitados, dizem "não ser preciso" e pouco atenção dão.! Se acham os "donos do mundo" muito embora a gente humildemente sabem da falta de urbanidade que esses profissionais prestam para com seus clientes. Tem secretaria da vara, que o seu titular de maneira arrogante diz: "o senhor tomou o meu tempo e de outros dois servidores, como se eu fosse tratar de outro assunto, que não me diz respeito" deixando-me constrangido e humilhado - aqui é sempre asim, com algumas excessões !!! é triste.

lucia maria wang advogada06/04/2005 16:14 Responder

Aprendi faz algum tempo que a justiça é considerada no preambulo da nossa Constituiçao como um dos valores supremos da nossa sociedade. Sempre escutei dos meus mestres que a pressa e inimiga da perfeiçao... mas, o tempo passa, 2,4,8,10 e mais anos... diante de um desgaste processual temporal, desnecessario levando a nossa sociedade a acreditar que que perdeu o valor supremo...A Justica passou a ser a inimiga do homem de bem... Mas. que fazer?... com o tempo nem Deus pode...

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