Promotor pede renúncia de juiz em processo de Saddam

O promotor-chefe do julgamento do ex-ditador Saddam Hussein por genocídio pediu o afasamento do juiz que preside o julgamento, Abdullah al Amiri, acusando-o de ser "condescendente" com o réu, que hoje fez ameaças contra "aqueles que os acusam".

Fonte: Folha Online

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O promotor-chefe do julgamento do ex-ditador Saddam Hussein por genocídio pediu o afasamento do juiz que preside o julgamento, Abdullah al Amiri, acusando-o de ser "condescendente" com o réu, que hoje fez ameaças contra "aqueles que os acusam".

"Os réus foram longe demais, usando expressões e palavras inaceitáveis", afirmou o promotor Munqith al Faroon. "Eles fizeram claras ameaças. A promotoria exige que o juiz renuncie ao caso", disse, acrescentando que a corte se transformou em "tribuna política" para Saddam.

Al Amiri negou o pedido, defendendo sua atuação no caso e citando seus 25 anos de experiência. A sessão de hoje é a sexta a respeito do caso Anfal, referente à campanha de ataques do Exército iraquiano entre 1987 e 1989 à comunidade curda no norte do Iraque.

O ex-ditador e outros sete réus - entre eles seu primo Ali al Majid, conhecido como "Ali, o Químico" - são julgados pela campanha contra os curdos, realizada em áreas da fronteira com o Irã na década de 80. Segundo a promotoria, cerca de 180 mil morreram na ação.

Ontem, Saddam criticou os "agentes do Irã e do sionismo" depois que a promotoria afirmou que os rebeldes curdos lutavam contra sua "tirania". Al Faroon ameaçou deixar a corte caso Saddam continuasse tendo permissão do juiz para falar durante a audiência.

Na audiência de hoje, o ex-ditador permaneceu calado e folheou um livro do Alcorão durante a sessão.

Culpa

Na segunda-feira, Saddam afirmou que o Iraque não deve "sentir culpa" pelo genocídio contra curdos cometido na década de 80. "Minha mensagem ao povo iraquiano é que eles não devem sofrer de culpa por terem matado os curdos."

Saddam acusou testemunhas curdas de deporem contra ele devido a sectarismo e racismo. "Todas as testemunhas disseram ter sido oprimidas por serem curdas. Elas tentam criar tensões entre o povo iraquiano. Eles tentam criar divisão entre curdos e árabes", afirmou.

Saddam ainda aguarda pelo veredicto de um segundo processo contra ele - um julgamento que já dura nove meses a respeito das mortes de 148 xiitas em Dujail, após uma suposta tentativa de assassinato contra Saddam. Ele e os outros sete réus podem ser condenados à morte.

Palavras-chave: promotor

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