Promotor desconfia de 'dado novo' trazido por casal

Em depoimento ao juiz, eles disseram que foram induzidos a confessar o crime.

Fonte: G1

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Cembranelli não acredita que Anna Carolina e Nardoni tenham sofrido pressão da polícia. Em depoimento ao juiz, eles disseram que foram induzidos a confessar o crime.

O promotor Francisco Cembranelli afirmou na tarde desta sexta-feira (30) que os depoimentos de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, na quarta-feira (28), foram ?desfavoráveis? a eles e ainda há muitos pontos da investigação a serem esclarecidos. Ele mostrou desconfiança quanto ao dado novo trazido pelos réus, acusados de matar a menina Isabella (filha de Nardoni e enteada de Anna Carolina). O casal afirmou diante do juiz que sofreu pressão da polícia para confessar o crime.

Eles trouxeram um dado novo, que foi essa pressão policial. Nem os advogados (de defesa) mencionaram (o fato). Isso visa a conturbar, desviar a atenção da opinião pública?, afirmou Cembranelli, em entrevista ao SPTV.

Esta foi a primeira vez que o casal deu declarações ao juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri do Fórum de Santana. A Justiça aceitou a denúncia do Minsitério Público e os dois são considerados réus no caso. Isabella morreu em 29 de março, após ser jogada do 6º andar do prédio onde seu pai morava, na Zona Norte de São Paulo.

Testemunhas

Em junho, as testemunhas de acusação, chamadas por Cembranelli, são as próximas a serem ouvidas. São moradores do antigo e do novo edifício de Nardoni, além peritos e da mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira. O promotor disse que vai pedir à Justiça que os réus sejam levados a júri popular ? isso acontece quando há crime contra a vida.

Cembranelli voltou a elogiar o trabalho dos peritos que elaboraram o laudo com as causas da morte de Isabella e as agressões que ela sofreu. ?Tenho absoluta confiança (nos laudos). Os equipamentos são de última geração e os peritos são gabaritados. Não vai ser qualquer um que vai contestar o trabalho dos peritos?, disse ele, numa crítica direta ao perito George Sanguinetti.

Ele e a ex-perita Delma Gama foram contratados pela defesa do casal para analisar os laudos oficiais. Os dois contestaram vários pontos e Sanguinetti chegou a classificar o documento da Polícia Científica paulista de "medíocre, dúbio e imaginativo". Provocou a ira dos profissionais do ramo e pode ser processado.

Sanguinetti ficou conhecido quando atuou no caso da morte do empresário Paulo César (PC) Farias, ex-tesoureiro de campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello, encontrado morto ao lado da namorada, Suzana Marcolino, no dia 23 de junho de 1996.

Palavras-chave: Isabella Nardoni

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5 Comentários

Fátima Marinho Secretária31/05/2008 14:21 Responder

Evidentemente que este casal está mais que mentindo! Salvar a "´própria pele", afinal de contas estão enjaulados, e deveriam realmente ir a Júri Popular, aplaudo ao Excelentíssimo Promotor de Justiça no caso, onde fala que "não vai ser qualquer um, para contestar a perícia, ou seja, as provas que estão nos autos. Eu acredito que o pai do Alexandre traga agora, uma "CARTOMANTE", a fim de dizer como tudo ocorreu...rsrsr

Gilmar Jacob Policial31/05/2008 15:20 Responder

O povo, embalado pela mídia é policial, promotor e juiz. Os fatos trazidos pela mídia são absorvidos como verdadeiros, embora poucas pessoas os conheçam pessoalmente. Não se pode avaliar condutas unicamente com os dados trazidos pela imprensa, afinal, todos sabem que o sensacionalismo é que vende jornal e merchandising. Quando julgamos despudoramente como se tem feito, damos o mesmo direito aos outros de fazerem isto com a gente e muitas vezes nos achamos injustiçados!!! Portanto.....

Robson Sinomar Quintino da Silva Consultor Jurídico02/06/2008 8:47 Responder

Em qualquer atividade que exerça, um profissional que pretenda ser de alto nível e respeitado por todos, há de ser comedido, lúcido, ÉTICO e coerente. Se o Perito Sanguinetti criou qualquer imagem positiva aos olhos da nação, pelo Caso PC Farias, acaba de jogar isto por terra, por seu comportamento verbal e técnico no Caso Isabelle. Aos olhos do País, passa, doravante, a ser visto como fanfarrão, linguarudo e polêmico de profissão, na busca à notoriedade.

ENNIO ANTONIO BLASCO advogado02/06/2008 13:40 Responder

No meu pensar, está correta a defesa em trazer à baila um parecerista do naipe do Dr. Sanguinetti. Me causa espanto que as manifestações desse profissional sejam taxadas por alguns de fanfarronice e/ou a busca de levaina notoriedade. Leviano e temerário é deixar que a mídia tecnicamente despreparada e sensasilonalista por excelência fique (de)formando a opinião. De outra banda, o fato da perícia paulista ser respeitada não a torna infalível, impedida de equívocos de toda a sorte. Quanto a "pressão" dada pela polícia, ainda na fase de inquérito, dela não duvido, pois, se têm notícia que isso, vez por outra ocorre. Temos e devemos filtrar todas as informações, não nos deixando contaminar, impedindo, portanto, julgamentos e juízos de valor precipitados.

ENNIO ANTONIO BLASCO advogado02/06/2008 13:56 Responder

Correta a defesa em trazer à baila um parecerista do naipe do Dr. Sanguinetti. Causa espanto que as manifestações desse profissional sejam taxadas, por alguns, de fanfarronice ou a busca de levania notoriedade. Leviano e temerário é deixar que a mídia tecnicamente despreparada e sensasilonalista por excelência fique (de)formando opiniões. De outra banda, o fato da perícia paulista ser respeitada não a torna infalível, impedida de equívocos. Quanto a "pressão" dada pela polícia, na fase de inquérito, dela não duvido, pois, se têm notícia que isso, vez por outra, ocorre. Devemos filtrar todas as informações, não nos deixando contaminar, impedindo, portanto, julgamentos e juízos de valor precipitados.

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