Professora afastada de colégio militar pode dar aulas

Professora conseguiu o direito de retomar suas funções na escola após ser afastada por discordar do uso, em sala de aula, de um livro didático pró-ditadura

Fonte: Conjur

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A professora se recusou a adotar em classe obras da "Coleção Marechal Trompowsky", em que são omitidas, diz ela, violações aos direitos humanos, assassinatos e tortura promovidas pelas Forças Armadas durante o regime militar (1964-1985).


A decisão que determinou a volta ao trabalho original foi tomada no início do mês, mas ela só reassumirá as aulas após o fim do recesso escolar de julho.


O juiz federal Gabriel von Gehlen escreveu em despacho que o afastamento foi uma "sanção velada".


À Justiça Federal, o comando do Exército, por meio da Advocacia-Geral da União, afirmou que o ensino militar tem legislação própria e que possui a finalidade de "promover a educação afinada com tradições" da corporação e de despertar vocações para a carreira na área. Argumentou ainda que apenas fez uma "redistribuição da carga horária" da professora, a quem chamou de "intransigente".


A professora, que integra o quadro de servidores civis da instituição, foi retirada em abril das aulas do nono ano e realocada em um curso preparatório, de frequência opcional, e também em tarefas de planejamento.


Antes disso, ela diz ter feito críticas ao livro em uma reunião de professores, na qual mencionou que a Associação Nacional de História contesta o uso da obra nas escolas. Na ocasião, também pediu que a direção confeccionasse um documento reafirmando por escrito a obrigatoriedade do uso do livro didático em sala de aula.


Os livros da série são editados pela Biblioteca do Exército. Segundo Silvana, o golpe de 1964 é explicado como necessário para resguardar a democracia no país diante do avanço do comunismo no governo de João Goulart."É um colégio militar, mas não posso deixar do lado de fora meus direitos e cidadania quando entro para trabalhar", diz ela.

Palavras-chave: professora afastada colégio militar direito discordância uso livro ditadura

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4 Comentários

Eduardo W Barros advogado29/07/2013 21:54 Responder

Essa história revela, no mínimo, ignorância da realidade do Brasil. Os fatos políticos de março de 1964 tiveram origem na falta de apoio político ao projeto golpista do governo João Goulart, sucessor acidental do presidente golpista Jânio Quadros, ambos eleitos numa manobra eleitoral irresponsável, que juntou um aventureiro do partido conservador (UDN) com um aventureiro do partido sindicalista (PTB), integrantes de chapas antagônicas. Essa loucura tinha ainda o tempero do duelo iminente entre Lacerda, Ademar e Juscelino nas eleições presidenciais de 1965, cujas campanhas já estavam nas ruas (JK65 e CL65). Afastado Jango, os militares herdaram a obrigação de tentar organizar o caos iminente, tendo, ainda, que enfrentar os grupos patrocinados pelas organizações socialistas internacionais, dentro da chamada \\\"guerra fria\\\". Como não se pode imaginar que uma professora de história desconheça fatos tão elementares do passado recente, é possível existir alguma outra motivação nesse caso, até porque a tese da professora parece coincidir com interesses dos políticos governantes. A sentença já é outra história...

Antonio Carlos policial aposentado30/07/2013 14:21 Responder

Depois a história diz que somente o Sr Adolfo Hitler queimava livros. pelo jeito a prodfessora também gosta de destruir livros e impedir as pessoas de conhecerem a história. mande embora da escola. não gosta de receber ordens peça a conta e vai embora

Carlos Professor.30/07/2013 23:11 Responder

Parabéns pela sábia e douta sentença. Ordens absurdas não se cumprem. O BRASIL ainda não foi comunizado e jamis será... Cumprimentos, colega ! Felizmente, nem todos concordam com o que aí está...

Carlos Professor.30/07/2013 23:30 Responder

TORNO SEM EFEITO o COMENTÁRIO ACIMA.

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