Por unanimidade, o 1º Tribunal do Júri de Goiânia desclassificou de tentativa de homicídio para lesões corporais, o crime cometido pelo policial militar Marlon Vitória de Lima, o Beneval, de 30 anos, ocorrido em 23 de setembro de 2001, durante uma festa na Chácara Tô à Toa, localizada no Vale das Pompas, em Goiânia. Na ocasião, ele disparou dois tiros contra Jairo Rodrigues de Carvalho, 29, atingido-o uma vez na perna. A sessão foi realizada hoje (23), sob a presidência da juíza Carmecy Rosa Maria Alves de Oliveira.

Após os jurados terem aceitado a tese da desclassificação, apresentada em plenário tanto pelo Ministério Público (MP) quanto pela defesa, a juíza determinou que os autos sejam encaminhados para o Juizado Especial Criminal da capital. A decisão da magistrada segue o que prevê o artigo 15 do Código Penal (CP), que estabelece que o agente ? neste caso, o réu - que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. A pena mínima para esse tipo de delito é de 3 meses e a máxima de 1 ano.

Durante seu interrogatório, Marlon informou que foi investigado sob suspeita de ter cometido três homicídios, sendo que o MP ofereceu denúncia em apenas um dos casos e pediu o arquivamento dos outros dois inquéritos. Ele disse também que é o autor dos disparos que feriram Jairo, mas que não teve a intenção de matá-lo.

Segundo a denúncia, réu e vítima já se conheciam e, no final da festa, quando as pessoas se preparavam para ir embora, houve um tumulto no local, provocado pela expulsão de dois passageiros de um ônibus que havia sido alugado para transportar alguns convidados. Logo depois, outros freqüentadores da festa começaram a apedrejar o ônibus e o réu, que portava uma arma, atirou duas vezes para o alto. Após os disparos, Marlon e Alexandre de Castro Caetano se desentenderam, ficando Alexandre mais prejudicado, por ser deficiente físico. Ainda segundo o MP, com Alexandre caído, o policial deu início à outra briga, desta vez com Jairo. Depois de ser atingido pelo tiro disparado por Marlon, Jairo foi encaminhado ao Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO) e sobreviveu.