Pedido para suspender decisão que condenou jornalista é rejeitado

Tribunal considerou que a publicação representou ?abuso do direito de informar?; Indenização foi fixada em R$ 250 mil

Fonte: STJ

Comentários: (1)




O jornalista P.H.A. não conseguiu suspender a decisão da Justiça do Rio de Janeiro que o condenou a indenizar o banqueiro D.D. em R$ 250 mil, por matérias jornalísticas veiculadas no blog Conversa Afiada. A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou pedido apresentado pelo jornalista em medida cautelar, com a qual ele pretendia que fosse dado efeito suspensivo a um recurso interposto contra a condenação.


Em dezembro de 2009, nota veiculada no blog referiu-se a D.D. como “maior bandido do país”, “banqueiro bandido”, “miserável” e “orelhudo”. O banqueiro ajuizou ação indenizatória, que em primeira instância foi julgada improcedente. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) reformou a sentença e condenou o jornalista, por considerar que a publicação representou “abuso do direito de informar”.


P.H.A. ingressou com recurso especial no STJ, na tentativa de cassar o acórdão do TJRJ que reconheceu o dano moral e o condenou a pagar R$ 250 mil de indenização. Na sequência, ajuizou medida cautelar para que fosse dado efeito suspensivo ao recurso especial, alegando que, sem essa providência, a condenação poderia vir a ser executada provisoriamente, o que o levaria a sofrer bloqueio de bens e prejuízos de difícil reparação.


Viabilidade


Em janeiro, no exercício da presidência do STJ durante as férias forenses, a ministra Eliana Calmon indeferiu a medida cautelar. Segundo ela, a jurisprudência estabelece que a concessão de medidas cautelares como essa exige, entre outros requisitos, a verificação da viabilidade do recurso ao qual se quer dar efeito suspensivo.


A ministra observou que, em seu recurso especial, o jornalista não pretende apenas reduzir o valor da condenação, mas reformar o acórdão do TJRJ para restabelecer a sentença que havia julgado improcedente a ação de D.D..


“Se o tribunal de origem, com base na análise dos fatos e provas, reconheceu que ficou configurado dano moral a ensejar a reparação decorrente de matérias publicadas em blog, a revisão de tal entendimento demandaria revolvimento do conjunto fático-comprobatório dos autos, o que encontra óbice na Súmula 7 do STJ, afirmou Eliana Calmon.


Valor


Ela disse ainda que a revisão do valor de indenizações por dano moral só é possível em recurso especial quando se mostra irrisório ou exorbitante, o que, em sua opinião, não é evidente no caso.


“Não se vislumbrando, em princípio, a viabilidade do provimento do recurso especial, não resta demonstrada a presença do fumus boni iuris [fumaça do bom direito] necessário para a atribuição do efeito suspensivo”, decidiu a ministra.


P.H.A. recorreu dessa decisão com agravo para a Quarta Turma, mas o entendimento da vice-presidente interina do STJ foi confirmado. Segundo o relator do agravo, ministro Luis Felipe Salomão, o jornalista também não demonstrou a existência de risco iminente – outra exigência para a concessão da cautelar pretendida –, pois apontou apenas a possibilidade de vir a ficar propenso à execução provisória.


O recurso especial, que vai manter ou reformar a decisão do TJRJ, ainda será julgado.


MC 20516

Palavras-chave: Jornalista Decisão Suspensão Banqueiro Indenização Matérias

Deixe o seu comentário. Participe!

noticias/pedido-para-suspender-decisao-que-condenou-jornalista-e-rejeitado

1 Comentários

jose Agente de Sguran?a Penitenci?ra14/03/2013 22:42 Responder

Ai está, O poder do dinheiro, um Banqueiro ladrão, quando absolvido, oque Geralmente acontece, ele Processa o Jornal, ou o Jornalista, e Juizes estipulam em 250.000,00, É mole, vai deixar o Jornalista na rua da Amargura, pode ate ser legal, mas alem de Imoral, o valor, o que se percebe é que o Objetivo é Prejudicar o Jornalista, ele quer destruir, se pudesse, ate mataria. o Jornalista. Esse banqueiro não pisou ainda no pé da pessoa errada, e uma hora isso vai acontecer, e não tera ninguem que o possa ajudar.

Conheça os produtos da Jurid