OAB quer rejeição integral da PEC 209/12, que limita recurso especial

PEC obrigada o postulante no STJ a demonstrar a importância das questões de direito federal infraconstitucional discutidas no caso, para que a admissibilidade da ação seja aprovada

Fonte: OAB Conselho Federal

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O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) quer a rejeição integral da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 209 de 2012, que obriga o postulante de recurso especial no Superior Tribunal de Justiça (STJ) a demonstrar a importância das questões de direito federal infraconstitucional discutidas no caso, para que a admissibilidade da ação seja aprovada. O posicionamento foi adotado nesta segunda-feira (12) durante a sessão do Pleno conduzida pelo presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante. O voto do relator da matéria, Paulo Medina, conselheiro federal por Minas Gerais, no sentido de que o Conselho Federal se posicione contra a PEC e manifeste esse entendimento junto à Câmara e ao Senado foi aprovado por unanimidade. “A OAB tem máximo respeito pelo STJ, entretanto há posicionamentos institucionais e, sobretudo, de defesa da advocacia e da sociedade que são cláusulas pétreas dentro de nossa instituição”, disse Ophir sobre a decisão do Conselho.


Em seu voto, Medina classificou a tentativa de mudança no sistema recursal do STJ como um “golpe na Federação”. “A criação do Superior Tribunal de Justiça haveria de representar forma de ampliar – jamais de restringir – a tutela jurisdicional, com vistas à preservação da unidade do direito federal. O que se pretende com essa PEC é exatamente o contrário”, disse o conselheiro, ressaltando que os mecanismos de filtragem dos recursos interpostos junto aos Tribunais Superiores devem ser vistos apenas como soluções excepcionais, com aplicação comedida e restrita. O relator argumentou ainda que, além de reduzir e limitar a apreciação de recursos pelo STJ, a PEC 209/12 “ressuscita o velho instituto da arguição de relevância da questão federal, a partir da noção adrede fixada de que, como tal, haver-se-á de considerar a questão que apresente repercussão geral”.


Para o ex-presidente da OAB e membro honorário vitalício da entidade Eduardo Seabra Fagundes, caso a modificação no sistema de recursos do STJ seja aprovada, o principal prejudicado será o cidadão, que terá seu direito de defesa restringido. “Mais do que um atentando à nossa atuação como advogados, essa PEC é um atentando à cidadania, é o cidadão que vai ficar sem possibilidade de obter a verdadeira justiça”, afirmou. O também ex-presidente da OAB e membro honorário vitalício Reginaldo Oscar de Castro, presente à sessão, fez duras críticas à PEC. “Querem amordaçar o STJ e impedir que o tribunal continue cumprindo a finalidade de sua instituição”, criticou.


Já o conselheiro federal pelo Paraná René Ariel Dotti disse que a PEC é uma tentativa de retaliação à advocacia. “Nós precisamos dizer à sociedade que nós a representamos e que somos vítimas de uma parte pequena e nefasta da magistratura. As garantias individuais estão sendo tolhidas, mais do que na época da ditadura”, ressaltou. “O discurso que se vende na mídia é que os advogados e os recursos são os grandes culpados pela morosidade da Justiça, o que não é verdade. Já chega de reformas pautadas exclusivamente na ótica dos tribunais”, complementou Ulisses César Martins de Sousa, conselheiro pelo Maranhão.


A PEC 209/12 foi apresentada pelos deputados do PMDB Luiz Pitiman (DF) e Rose de Freitas (ES) e está em tramitação na Câmara.

Palavras-chave: Proposta; Ordem dos advogados; Recurso especial; Rejeição

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1 Comentários

Eliete Senra Advogada15/11/2012 13:24 Responder

Penso que os nobres Ministros do STJ precisam, todos, de aposentadoria forçada! Se eles não querem trabalhar deixem as vagas para os mais novos juízes que estão ávidos para mostrarem que amam a nobre e árdua função de dizer o Direito! Tenho medo de voltarmos - já estamos voltando! - à época da Lei de Talião: \\\"dente por dente, olho por olho\\\"! Os jurisdicionados quando perceberem que de nada adiantará buscar o seu direito nas \\\"barras do Tribunal\\\", irão buscar por meios próprios!

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