SÃO PAULO - A clonagem de celulares é cada vez mais freqüente. Vinte e seis clientes de operadoras têm seus celulares clonados por hora no estado de São Paulo, mais da metade da capital. As operadoras de telefonia móvel dizem que o esquema de segurança é rigoroso e que monitoram ligações para detectar o problema. Mesmo assim, a clonagem está em terceiro lugar nas reclamações do Procon-SP. O diretor executivo do Procon, Gustavo Marrone, diz que, a partir do momento em que a clonagem é reconhecida pela operadora, todas as ligações passam a ser suspeitas e não podem ser cobradas dos clientes.

- É obrigação da operadora oferecer serviço seguro. O cliente não pode ser prejudicado e o eventual uso de uma segunda linha não pode ser cobrado. A operadora reconhece a clonagem e todas as ligações passam a ser suspeitas. O cliente pode reconhecê-las, mas a princípio todas são nulas - diz Marrone.

O Procon-SP informou na semana passada que autuou a Vivo por causa das sucessivas clonagens de linhas de seus clientes. Segundo o órgão, a empresa não adota procedimentos adequados para resolver o problema e, por isso, o serviço apresenta "vício de qualidade". O órgão afirma ainda que a empresa cobra taxa de bloqueio dos consumidores que têm a linha clonada e cobra pela segunda linha oferecida enquanto o problema é verificado.

Marrone afirmou que conversou com a Vivo e, como não houve solução, optou pela autuação. Em 2003, o Procon recebeu 346 reclamações fundamentadas de clientes da Vivo. Destas, 105 foram atendidas e 241 não foram solucionadas (índice de 70,81% de não resolução). A empresa foi multada com base no Código de Defesa do Consumidor, com base nos artigos que tratam da má prestação de serviços e prática abusiva. O aviso sobre a autuação foi encaminhado nesta quarta-feira para a Anatel e a Vivo pode ser multada em até R$ 3 milhões.