Com o objetivo de coibir a prática de cambismo por integrantes de torcidas organizadas e controlar a distribuição de ingressos gratuitos e subsidiados, inclusive para torcidas organizadas banidas dos estádios de futebol, a 4ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva e Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Capital determinou, na quinta-feira (27/09), que os clubes do Botafogo, do Flamengo, do Fluminense e do Vasco realizem o cadastro dos integrantes das torcidas organizadas que se beneficiam do apoio do clube através de ajuda para viagens e facilitação para aquisição de ingressos. Os clubes também deverão assumir o compromisso de não mais disponibilizar ingressos gratuitos ou subsidiados para torcedores envolvidos em episódios de violência ou para integrantes de agremiações que estejam suspensas ou banidas dos estádios de futebol.

A medida teve motivação a partir de denúncias relativas à prática de cambismo por lideranças de torcidas organizadas com a conivência das diretorias dos principais clubes de futebol do Rio de Janeiro. De acordo com estas denúncias, os clubes fornecem ingressos gratuitos ou subsidiados aos integrantes das torcidas organizadas sem qualquer controle quanto à destinação destes ingressos. As denúncias deverão ser investigadas ainda pela polícia civil, tendo sido encaminhadas cópias para que a DEAT investigue a veracidade das informações. Uma das hipóteses levantadas pelos denunciantes sugere que as torcidas têm sido extremamente violentas para intimidar os dirigentes dos clubes e impedir que seus ingressos de cortesia sejam cancelados. Seria uma lógica perversa de que a torcida mais violenta, teria maior apoio dos dirigentes por conta de seu poder de intimidação. Os clubes, por sua vez, não podem ser reféns de torcidas violentas, nem coniventes com a situação.

"Fundamental essa ação do MP para coibir, em especial, a presença de alguns elementos que nada tem a ver com torcedores de futebol. Para isso, é muito importante a colaboração dos dirigentes dos clubes", afirmou o Procurador-Geral de Justiça, Cláudio Lopes.