MPF/PI: ex-prefeito de São Miguel da Baixa Grande tem direitos políticos suspensos por 10 anos

O ex-prefeito foi condenado por enriquecimento ilícito, dano ao erário e não prestação de contas

Fonte: MPF

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O ex-prefeito de São Miguel da Baixa Grande J.P.B. foi condenado pela Justiça Federal - em ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal no Piauí (MPF/PI) - por enriquecimento ilícito, dano ao erário e não prestação de contas.


O ex-gestor teve os direitos políticos suspensos por 10 anos, terá que ressarcir os cofres públicos em R$ 80 mil (atualizados desde dezembro de 2002) e pagar um multa civil no valor de R$ 40mil. Ele também ficou proibido de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 10 anos. A Justiça também manteve, a pedido do MPF, a indisponibilidade dos seus bens concedida em decisão liminar.


De acordo com o procurador da República Marco Túlio Caminha, autor da ação, no período de 2001 a outubro de 2003, o ex-gestor deixou de prestar contas do Convênio nº 1.385/2001, firmado com o Ministério da Integração Nacional, cujo objeto era a construção de uma barragem na localidade Retiro. Em dezembro de 2002, foram repassados os recursos ao município de São Miguel da Baixa Grande na ordem de R$ 80 mil.


O então prefeito sacou, pessoalmente, toda a verba repassada ao município sem que fosse realizada a obra. Para tanto, ordenou ao setor de finanças do município o fornecimento de recibos e notas fiscais referentes ao recebimento dos recursos e à realização da obra, sob o argumento de que seriam necessários para a liberação da referida verba pelo Ministério da Integração Nacional. Parte do dinheiro sacado, R$ 25 mil teria sido empregada no pagamento de professores da rede municipal.


Membros da própria comissão de licitação confirmaram que o procedimento só ocorreu no papel, sem a remessa de cartas convites nem recebimento e abertura de propostas, tendo sido os documentos assinados em Teresina, no escritório de J.C.C.S.N., proprietário da Construtora Novo Milênio, que “ganhou” a licitação. F.S.S. e A.M.S., proprietários das construtoras SAD Construções Ind. E Comércio Ltda e MS Construções Ltda, também participaram da licitação fraudulenta. Segundo inquérito da PF, a participação dos membros da comissão de licitação resumiu-se à assinatura, nos documentos previamente preparados pelo ex-prefeito.


Ainda de acordo com a decisão, ficou comprovado que os réus J.C.C.S.N., F.S.S. e A.M.S., mesmo não tendo recebido nenhum valor do convênio, praticaram atos de improbidade administrativa ao participarem decisivamente no esquema fraudulento que possibilitou ao ex-prefeito apropriar-se de verbas públicas.


A Justiça condenou J.C.C.S.N. à suspensão dos direitos políticos por 3 anos; pagamento de multa civil no valor de R$ 10 mil e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 3 anos. F.S.S. e A.M.S. foram condenados ao pagamento de multa no valor de R$ 5 mil.

Palavras-chave: Suspensão; Direitos políticos; Condenação; Enriquecimento ilícito; Corrupção

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1 Comentários

Dr. Aloísio José de Oliveira Advogado11/12/2012 12:06 Responder

Gente estou perplexo diante das pequenas penas impostas a esse pessoal que frauda, desvia, utiliza em nome próprio ou de laranjas, ou da família. Está na hora do Legislativo cortar a própria carne e gerar legislação mais apropriada a esses tipos de delitos. Daqui a pouco ele vão ser chamados de \\\"feios\\\" e prestar serviços à comunidade em penas alternativas, ou seja, nada acontece com eles. Tem que existir legislação vigorosa, como \\\"expropriação de todos os bens, perda da nacionalidade, extradição para que haja mais ordem e para isso temos que alterar a Carta Magna para corrigir essas falhas que existem hoje. Por exemplo: \\\"Pode um metalúrgico de um dia pro outro ser milinário ? Dono de não sei quantas fazendas, de vásrias empresas ? Isso só é possivel no Brasil e alguns países da Africa. Temos que endurecer a pena sobre essas pessoas, não há lugar para eles no Brasil. Temos 96% da população na faixa das classes C/D, ou seja \\\"pobres\\\" na concepção da palavra. Agora não pode é o cara num dia ser \\\"peão\\\" e noutro dia ser \\\"Milionário\\\" e ficar desfilando de carro importado fazendo inveja a todos nós pobres. Isso tem que acabar, mas sem caça às bruxas. A distribuição de renda é realmente uma \\\"piada \\\".

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