Ministro Peluso garante independência e solidez do Judiciário

Ministro discursa sobre suposta crise no Judiciário

Fonte: STF

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Na sessão solene de abertura do Ano Judiciário, hoje (1º) pela manhã, o presidente do Supremo Tribunal Federal refutou uma suposta crise pela qual estaria passando o Poder Judiciário, e garantiu “a todos os cidadãos brasileiros” que os juízes continuarão a cumprir sua função “com independência, altivez e sobranceria, guardando a Constituição e o ordenamento jurídico”. Ressaltando “a humildade e a coragem necessárias às correções de percurso e ao aperfeiçoamento da Justiça”, o presidente do STF afirmou, também, que o Judiciário defenderá, “sem temor, a honradez de nossos quadros e o prestígio da instituição”.


“Crise”


Logo na abertura de seu pronunciamento, Peluso observou que tem ouvido, “com surpresa”, que o Judiciário está em crise. “Os mais alarmistas não excepcionam sequer os dois outros Poderes da República, mas, alheio à visão catastrófica, não é assim que percebo o País nem o Poder Judiciário”, afirmou. Para o ministro, o debate atual é resultado de progressos como o aumento da transparência e da abertura, e não sintoma de crise ou deficiência do sistema judiciário, “historicamente sempre mais translúcido e fiscalizado que seus congêneres”.


Peluso fez questão de assinalar que “nenhum dos males que ainda atormentam a sociedade brasileira pode ser imputado ao Judiciário” – nem mesmo o sentimento de impunidade, que não pode ser atribuído apenas à inércia da Justiça, mas a um conjunto de fatores e atores independentes. “Juiz não faz inquérito, nem produz prova de acusação”, lembrou. “Nem a Justiça criminal foi inventada só para punir, senão para julgar segundo a lei”.


Lastreado em números que reafirmam uma “explosão de demandas judiciais” – que, em 2011, devem superar a marca de 23 milhões de sentenças –, o presidente do STF afirmou que o Judiciário não perdeu a credibilidade, e que o povo continua a confiar na Justiça brasileira. “Se não confiasse, não acorreria ao Judiciário em escala tão descomunal”, assinalou.


Independência


O pronunciamento ressaltou que a independência do Judiciário reside, principalmente, em sua capacidade de atuar contramajoritariamente. Esse papel não se resume, porém, ao dever de tutelar direitos de minorias perante o risco de opressão da maioria, mas também de enfrentar pressões indevidas.


“Pressões são manifestações de autoritarismo e desrespeito à convivência democrática”, afirmou. O assassinato de quatro magistrados em passado próximo “não arrefeceu nem intimidou”, segundo Peluso, a independência e a coragem do Judiciário em sua função ordinária, “diuturna, quase oculta, mas insubstituível em termos democráticos”.


CNJ


Ao tratar do “debate apaixonado” em torno do papel constitucional e das competências do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que aguarda julgamento pelo STF, Peluso afirmou que o âmago da questão não é a indiscutível necessidade de punição de abusos, e sim saber quem deve fazê-lo. “Entre uma e outra coisa vai uma distância considerável”, afirmou.


O presidente do STF e do CNJ reconhece que a magistratura é “tão imperfeita, nos ingredientes humanos, quanto todos os demais estratos da sociedade, sem exceção alguma”, mas afirma que sua “assombrosa maioria” é fiel aos princípios morais no seu exercício profissional. E lembrou, ainda, que a corrupção “não é objeto de geração espontânea nem resultado de forças estranhas à dinâmica social”, e sim produto de sociedades que privilegiam “a conquista e o acúmulo, por qualquer método, de bens materiais, em dano do cultivo dos valores da ética e da decência pública e privada”.


O ministro destacou que nenhum dos Poderes da República possui um aparato de controle tão estruturado quanto o Judiciário, que tem no CNJ o único órgão integrado por agentes externos a exercer “contínua e rigorosa fiscalização do próprio poder”. E assinalou que, embora as tarefas fiscalizatórias chamem mais atenção da sociedade, o CNJ, além do controle administrativo, financeiro e disciplinar, responde também pelo planejamento político e estratégico de todo o Judiciário, e tem tido, nesse campo, uma atuação decisiva como “propulsor do desenvolvimento do Poder Judiciário”.

 

 

Íntegra do discurso do ministro

Palavras-chave: Discurso; Ministro; Judiciário; Crise; Pressão; Independência

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7 Comentários

Jaqueline Souza servidora pública02/02/2012 0:06 Responder

Vamos aguardar se o judiciário volta a gozar da credibilidade da população. O povo está completamente desacreditado do poder judiciário, as demandas certamente vão diminuir e esse tipo de situação intiga as pessoas a fazerem justiça com as próprias mãos.

Maia da Conceição da Silva Araujo Estudante de Direito02/02/2012 1:19 Responder

O Ministro Cesar Peluso, precisa sair um pouco do ar condicionado e suar a Toga, pois dizer que o Judiciário está às mil maravilhas é querer se enganar. O Poder judiciário tem problemas sim, e são problemas idênticos aos que têm os outros poderes da União. O primeiro problema do Judiciário é que a Justiça existe em função do Povo e a sua estrutura não condiz com a função a que se destina, na maioria das vezes. Outro grande problema, é a distância que se estabelece entre o judiciário e o povo. A opulência de um Tribunal do Trabalho, po exemplo, para julgar casos de miseráveis com salário mínimo, dá a impressão que o \\\"TODO PODEROSO\\\", vai conceder por mera liberalidade, a esmola. Concluindo, a população brasileira, acordou da inércia, com a frase da Ministra Eliana Calmon \\\" Há Bandidos de Toga\\\". Independente do resultado da ADIN, a Ministra colocou o Judiciário no caminho dos reles mortais: A DELEGACIA DE POLÍCIA\\\", e a Ministra demarcou um terreno importante, no campo da história.

cesar augusto autônomo e bacharél em direito02/02/2012 9:41 Responder

Mais uma vez estamos assistindo o STF rasgar a Constituição Brasileira e tambem ficou provado que eles não querem que o judiciário sofra nenhum controle externo. A Ministra Eliana Calmon mexeu na ferida dos juízes, e nos bolsos da toga. O problema é que quem apareceu para defender o CNJ, foram o presidente da OAB, Jobin, o Senador Demostenes Torres e mais algumas pessoas que tem seus rabos presos em falcatruas. Então o que se podia esperar de um STF que já liberou Paulo Maluf, Jader Barbalho, e outros da FICHA SUJA, o Daniel Dantas, a Inconstitucionalidade do Exame de Ordem. Será que os bolsos da toga não escondia nada? A única coisa que eu posso dizer para a população, que o próprio Ministro Peluso diz que a população ainda acredita na JUSTIÇA, é: CORRAM QUE A JUSTIÇA VEM AÍ!!!!!!!

ANTONIO FRANCO DA ROCHA ADVOGADO02/02/2012 12:17 Responder

O Judiciário, como UM TODO, deveria, para ter credibilidade preparar os magistrados - mesmo os mais antigos, e em todas as Instâncias - a guardarem um pouco de humildade e reconhecimento da fabilidade, pois, a verdade é que determinados juizes, recém saídos dos bancos das faculdades, pensam e agem como se fossem DEUSES. O PIOR é que, enquanto eles pensam, os que já galgaram, MESMO POR ANTIGUIDADE E NÃO POR MÉRITO (CONHECIMENTOS) os Tribunais passam a ter CERTEZA ABSOLUTA que o são. CERTOS JUIZES E DESEMBARGADORES, sequer recebem advogados em seus MODESTOS gabinetes. Somos, na ótica dessas potestadades, MALFEITORES da JUSTIÇA, embora, enganosamente, a lei diga que PRESTAMOS RELEVANTES SERVIÇOS....., por ai vai . Haja holofote para saciar a vaidade !. Credibilidade não se encontra no GANCHO DOS AÇOUGUES e o jogo deve começar com a BOLA NA GRAMA!

ANTONIO FRANCO DA ROCHA ADVOGADO02/02/2012 12:20 Responder

Infelizmente, além de minha falta de reconhecimento, deixei de revisar o comentário. Penitencio-me dos erros em geral

Felipe Augusto advogado02/02/2012 17:09 Responder

DISCURSO RIDÍCULO E SEM FUNDAMENTO.....FALOU, FALOU E NÃO DISSE....DEPOIS QUER PROVAR SOLIDEZ NO JUDICIÁRIO???O POVO ESTÁ COMPLETAMENTE DESACREDITADO DA NOSSA LINDA JUSTIÇA.....AGORA SÓ PORQUE MEXERAM COM OS PROTEGIDINHOS DA MAGISTRATURA, SE ARREPIARAM COM MEDO DE PERDEREM O CORPORATIVISMO QUE EXISTE DENTRO DO JUDICIÁRIO...VERGONHA, VERGONHA,VERGONHA.....NOTA 10 PARA A MINISTRA ELIANA CALMON E ZERO PARA ESSE MINISTRO ABAFADOR DE CORRUPÇÃO ENTRE MAGISTRADOS, DESEMBARGADORES E ETC....É SÓ ALGUÉM MOSTRAR A VERDADE QUE ELES FICAM APAVORADOS.....FOI O FAMOSO DISCURSO \\\"VAI QUE COLA\\\"...

Maia da Conceição da Silva Araujo Estudante de Direito03/02/2012 1:29 Responder

LAVEI A MINHA ALMA. O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, FEZ EXATAMENTE O QUE EU SONHEI. A MINISTRA ELIANA CALMON ACABA DE ENTRAR PARA A HISTÓRIA DO BRASIL COMO A BRASILEIRA QUE DEU O PRIMEIRO CHUTE SIGNIFICATIVO NA CORRUPÇÃO, JUSTAMENTE NA COLUNA MAIS DIFÍCIL DE SER ATINGIDA. A DEMOCRACIA BRASILEIRA ACABA DE RECEBER UMA CARGA DE OXIGÊNIO MORAL.

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