Mesmo com ordem judicial de internação, aposentada morre sem atendimento

Juiz determinou remoção imediata da paciente para um hospital de rede pública ou particular, que seria custeado por Estado e Município, mas ela não foi removida.

Fonte: Espaço Vital

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Vítima de AVC e insuficiência renal crônica, a aposentada Magda Lúcia dos Santos, 61, morreu ontem (17) depois de esperar cinco dias por atendimento adequado. Sua família obteve decisão judicial para interná-la em UTI, mas não conseguiu que sua transferência fosse realizada.


Magda Lúcia chegou à emergência do posto de saúde da Vila São João, em São João de Meriti (RJ) na segunda-feira (11), por volta das 9h. Ficou no setor de trauma porque não há ala de neurologia no posto. O genro da aposentada, Paulo Henrique Valério da Silva, 27, disse ter estranhado o comportamento dos médicos diante do quadro da aposentada.


"Quando ela chegou ao posto foi constatado o AVC. Minha sogra estava um pouco desorientada, e os médicos diziam que seu estado não era gravíssimo, que ela ia ficar boa. Com o passar dos dias, percebemos que ela começou a dormir demais. Na quinta-feira, quando saiu para fazer diálise em outro posto, o médico ficou assustado ao perceber que a paciente estava em coma e mandou voltar imediatamente."


A filha única de Magda, Patrícia Santos de Almeida, procurou a Defensoria Pública na sexta-feira (15) para tentar arrumar uma vaga para a mãe em outro hospital.


O juiz Luis André Bruzzi Ribeiro determinou a remoção imediata da paciente para um hospital de rede pública ou particular, que seria custeado pelo Estado e Município, mas ela não foi removida.


No sábado, o marido da aposentada foi à delegacia de polícia tentar ajuda para que alguma autoridade fizesse o posto cumprir a ordem judicial.


Segundo o genro, somente no fim do dia apareceu um procurador do Município de São João de Meriti, Sandro Matos Pereira, para ajudar a conseguir uma vaga, mas a aposentada acabou morrendo.


A subsecretaria de Imprensa da Prefeitura de São João de Meriti informou que o atendimento médico necessário foi prestado à paciente pelas equipes médicas do posto e que a unidade solicitou, na quarta-feira (13), um leito em UTI neurológica para Central de Regulação de Vagas do Rio de Janeiro.


Segundo a subsecretária Márcia Rosário, mesmo sem ter sido notificado oficialmente, o prefeito Sandro Matos determinou que a administradora do posto entrasse em contato com a rede particular para providenciar a transferência.

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