Menino de 14 anos foi baleado e teve morte cerebral. Córneas e rins de adolescente foram doados para quatro pessoas.

Uma mãe recorreu à Justiça para conseguir doar os órgãos do filho, um menino de 14 anos que foi baleado e teve morte cerebral na segunda-feira (18), em Guarapari (ES).

A lei determina que pai e mãe devem, juntos, autorizar a doação dos órgãos, mas a dona-de-casa Lea Larchet não tem noticias do ex-marido desde que o filho era criança. Ela procurou a defensoria pública de Guarapari e entrou com um processo para que, sozinha, pudesse autorizar a doação dos órgãos do filho.

Na defensoria, ela teve de preencher uma declaração de ausência do pai. ?Todo o trâmite que demoraria dias, nós conseguimos em duas horas. O juiz deu a sentença e ela saiu com um alvará para que o hospital pudesse fazer a doação dos órgãos?, disse a defensora pública de Guarapari, Priscila Barbosa.

As córneas e os rins do adolescente foram doados para quatro pessoas. ?Eu fico muito feliz por ter ajudado alguém. Se fosse alguém da família que estivesse ali esperando, essa pessoa poderia até morrer por causa de um órgão que ninguém quis doar. Hoje em dia todo mundo poderia fazer isso?, afirma Lea Larchet.

O garoto foi enterrado nesta quinta-feira (21).