Justiça transfere Marcola para isolamento em prisão
Regime prevê 22 horas de isolamento durante dois meses em presídio de segurança máxima
Após ter negado, inicialmente, a transferência de Marcos Camacho, o Marcola, um dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC), para um regime de prisão mais duro, a Justiça de São Paulo revisou sua decisão e determinou que o bandido seja colocado em isolamento. Ele passará a cumprir pena de acordo com as regras do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) de Presidente Bernardes, no Estado de São Paulo.
Outros três líderes da facção também serão transferidos para o mesmo regime: Cláudio Barbará, Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden, Luiz Eduardo Marcondes, o Du Bela Vista. Os presos devem ser transferidos ainda nesta terça-feira de Presidente Venceslau para a Penitenciária de Presidente Bernardes.
Segundo o Tribunal de Justiça, o regime de isolamento previsto é de 22 horas por dia por um período de sessenta dias. Nesse regime, o detento permanece em cela individual com somente duas horas de banho de sol, sem direito a visitas íntimas e acesso ao noticiário.
A transferência, confirmada pelo TJ, é baseada em pedido da Segurança Pública de São Paulo e da Secretaria de Administração Penitenciária depois da descoberta de um plano de fuga desses presos da Penitenciária de Presidente Venceslau.
No ano passado o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, havia apresentado outro pedido de isolamento de Marcola e outros 31 integrantes com base em uma investigação que mapeou a estrutura da organização. Foram identificados 175 pessoas acusadas de participar do grupo, traficando armas e drogas. Esse primeiro pedido de internação de Marcola havia sido negado pela Justiça.
Plano
O mandado de segurança proposto pela Promotoria já citava um plano de resgate de Marcola programado pela facção criminosa. Na época, porém, não havia a informação de que o PCC pretendia utilizar helicópteros para resgatar o preso de Presidente Venceslau. Após a divulgação do plano, o governo anunciou que faria um novo pedido de inclusão de Marcola no RDD.