Justiça reconhece liberdade de expressão e inocenta deputada em caso de vídeo publicado nas redes sociais denunciando agressor de mulheres

Delegado flagrado em vídeo desferindo um soco contra uma mulher, moveu ação de indenização por danos morais contra deputada que o denunciou.

Fonte: Enviado por Eduardo Pandeló

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Reprodução: Pixabay.com

A força das redes sociais tem auxiliado parlamentares em suas funções de fiscalizar, denunciar abusos e cobrar ações das autoridades em todas as esferas de Governo.


Em São Paulo um caso chamou a atenção por envolver uma parlamentar mulher, que publicou em suas redes sociais um vídeo em que denuncia a agressão cometida pelo delegado e ex-Secretário de Segurança de Taboão da Serra, flagrado agredindo uma mulher! 


A questão é que o delegado moveu uma ação de indenização por danos morais contra a deputada Leticia Aguiar, alegando que teria sofrido perseguição e sido ofendido pelas palavras da parlamentar. O agressor de mulheres teve clara intenção de tentar intimidar a parlamentar, por ela ser mulher, com objetivo de limitar suas prerrogativvas como parlamentar, um clássico caso de violência política contra a Mulher.


A deputada estadual Leticia Aguiar tem se destacado na Assembleia Legislativa pela defesa das Guardas Municipais e combate à Violência Doméstica, em especial contra agressores de mulheres, crianças e idosos, e utiliza de suas redes sociais para publicar vídeos e denunciar todos os abusos, sobre isso Leticia Aguiar foi clara: "Continuarei utilizando das redes sociais para denunciar e cobrar das autoridades competentes atitudes contra quaisquer tipo de abuso! Não vão me calar! Violência contra mulher?, AQUI NÃO!", disse.


Em outra recente polêmica, a deputada Leticia Aguiar denunciou a suspeita de prática de ilícitos penais e/ou administrativos em delegacia de Mogi Mirim, Leticia Aguiar expôs em plenário da Assembleia Legislativa, que tem transmissão ao vivo pela TV ALESP, um VÍDEO com parte de uma ocorrência, e saiu em defesa de Guardas Municipais presos preventivamente. A deputada usou a tribuna e depois suas próprias redes sociais, para expor o caso publicamente.


O Vídeo mostra um rapaz levado para a delegacia, por agentes da Guarda Municipal, portando uma réplica de arma de fogo (simulacro), em que o desfecho da ocorrência foi a liberação do suspeito, por parte da autoridade de plantão, com o direito a levar o simulacro embora. O rapaz do vídeo já tinha antecedêntes criminais e foi preso novamente, dias depois, por ter praticado um assalto usando o mesmo simulacro.


JUSTIÇA: Liberdade de expressão e exercício das atividades parlamentares


Em outubro de 2022, após tomar conhecimento do caso de agressão contra mulheres, por parte do Ex-Secretário de Segurança de Taboão da Serra, Delegado Rodrigo Falcão, a deputada estadual Leticia Aguiar publicou um vídeo em suas redes sociais repudiando a atitude do delegado e cobrando uma ação das autoridades competentes.


Em função da publicação do vídeo em que a parlamentar expressou sua opinião sobre o caso, o Delegado da Polícia Civil, Rodrigo Falcão, moveu uma ação de indenização por danos morais e por exibição de imagens sem permissão, com o objetivo de fazer com que a deputada Leticia Aguiar retirasse o vídeo de sua página e o indenizasse com R$ 10.000,00 (dez mil reais).


A parlamentar, que agiu em nome da coletividade, em nome da população que representa e que NÃO ACEITA e NÃO TOLERA qualquer forma de violência contra as mulheres e, portanto, sob o escudo da prerrogativa legal de sua imunidade parlamentar, visto que na condição de deputada estadual e integrante da Comissão de Defesa e dos Direitos das Mulheres, na Assembleia Legislativa, tem por obrigação denunciar e exigir das autoridades públicas competentes a adoção das providências cabíveis.


Em sua decisão a Juíza, Dr(a). Eliana Adorno de Toledo Tavares, da 1ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL – VERGUEIRO – SP Capital , decidiu pelo indeferimento do pedido de Rodrigo Falcão e em sua conclusão escreveu: “No caso em tela, portanto, considerada a situação acima delineada e ausente deliberado intuito de ofender ou falsear a verdade, e limitadas as expressões, ainda que parte delas contundentes ou reprováveis, à manifestação de opinião, concluo que não foi extrapolado o exercício do direito, ressaltando, ainda, que as manifestações, especialmente em virtude da natureza dos fatos, apresentem nexo direto e evidente com o exercício das funções parlamentares”.


“Ponderando tais circunstâncias, portanto, não houve ilicitude a ensejar a compensação por danos, retratação ou retirada do conteúdo. Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido.”


A deputada Leticia Aguiar, não comentou a decisão judicial, porém em sua postagem do vídeo com críticas ao delegado, que motivou a ação, escreveu: “Agredir uma mulher é um ato de covardia e eu repudio totalmente. Estar na posição de Secretário de Segurança Pública e atuar como delegado da Polícia Civil exige uma postura mais ética e respeitosa, principalmente com as mulheres. Isso é intolerável!”

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