Justiça nega habeas corpus para médico acusado de estupro

O desembargador José Raul Gavião de Almeida, da 6ª Câmara Criminal, indeferiu o pedido de habeas corpus feito pela defesa do médico Roger Abdelmassih, acusado de estuprar mais de 50 pacientes.

Fonte: G1

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Roger Abdelmassih, especialista em reprodução, deve seguir detido. Defesa alega que médico é inocente e que prisão foi ilegal.

O desembargador José Raul Gavião de Almeida, da 6ª Câmara Criminal, indeferiu na tarde desta quarta-feira (19) o pedido de habeas corpus feito na terça-feira (18) pela defesa do médico Roger Abdelmassih, acusado de estuprar mais de 50 pacientes. Por conta disso, Abdelmassih, que foi preso na segunda-feira (17) em sua clínica, nos Jardins, região nobre de São Paulo, deve permanecer preso durante o processo. O advogado pode recorrer da sentença.

Ainda antes da divulgação da sentença, o defensor já havia afirmado a inocência do cliente. Para o advogado José Luís de Oliveira Lima, que representa o médico, a prisão foi ?manifestamente ilegal?. Ainda conforme o advogado, Abdelmassih é inocente.

A denúncia contra o médico foi oferecida pelo Ministério Público de São Paulo e recebida pela Justiça, que instaurou processo criminal para análise das acusações contra Abdelmassih. O médico foi indiciado em junho pela Polícia Civil, sob suspeita de estupro e atentado violento ao pudor.

Agendamento

Apesar da prisão, funcionários da clínica de Abdelmassih permaneciam agendando consultas com o médico na manhã desta quarta. O G1 entrou em contato com a clínica e foi informado que, na agenda de Abdelmassih, há horário para consultas no dia 31 de agosto. Questionada a respeito da situação do médico que está preso, a atendente informou que, ?até segunda ordem? o agendamento permanece normal.

A assessoria de imprensa da clínica informou que os horários estavam sendo marcados normalmente e que, se Abdelmassih não pudesse atender, as consultas seriam adiadas ou transferidas para outros profissionais de sua equipe. Ainda segundo a assessoria, isso aconteceu com as pacientes que tinham consulta marcada para a terça-feira.

Investigações

As investigações começaram a ser feitas no início do ano passado, quando ex-pacientes procuraram o Gaeco, um grupo especial do Ministério Público. A maior parte das pacientes tem idade entre 30 e 45 anos e vem de vários estados do país. O relato mais antigo é de 1994 e há outros de 2005, 2006 e 2007. Algumas vítimas chegaram a procurar a polícia na época, mas a maioria só se manifestou após ver os relatos na imprensa.

De acordo com a promotoria, os relatos das pacientes são muito parecidos quanto à forma de abordagem no consultório. Os supostos ataques ocorreriam quando as pacientes estavam voltando da sedação ou até mesmo sem estarem sedadas e em momentos quando não havia outra pessoa na sala. Os promotores tentaram denunciar o médico no ano passado, mas a Justiça não aceitou a denúncia justificando que os promotores não tinham poder para investigar. O caso foi encaminhado para a polícia, naquela ocasião.

Sindicância

O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) abriu 51 processos ético-profissionais contra profissional. De acordo com a assessoria de imprensa do Cremesp, a abertura dos processos foi decidida na sexta-feira (7), em reunião plenária do conselho. Os processos, todos individuais, estão relacionados a cada uma das vítimas que apresentaram denúncia ao Cremesp.

Habeas Corpus n° 990.09.207425 3

Palavras-chave: Roger Abdelmassih

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